Central Sul de Notícias - Integrando a notícia do Sul do País

Sexta-feira, 21 de Marco de 2025

Notícias/Geral

Animais selvagens mortos nas estradas do Paraná expõem impacto ambiental

Estima-se que milhares de animais morram anualmente em colisões com veículos no estado, o que reflete um dos principais conflitos entre o crescimento da infraestrutura rodoviária e a preservação da biodiversidade local.

Animais selvagens mortos nas estradas do Paraná expõem impacto ambiental
Foto: CSN - Central Sul de Notícias - Direito Autoral
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

A morte de animais selvagens nas estradas do Paraná é um problema ambiental crescente, que preocupa ambientalistas, autoridades e a população em geral. Espécies ameaçadas de extinção, como o lobo-guará, a onça-parda e o tamanduá-bandeira, estão entre os muitos animais mortos diariamente ao tentar cruzar rodovias que cortam áreas de preservação ou regiões onde o habitat natural é cada vez mais invadido pela expansão de estradas.

Estima-se que milhares de animais morram anualmente em colisões com veículos no estado, o que reflete um dos principais conflitos entre o crescimento da infraestrutura rodoviária e a preservação da biodiversidade local. Este fenômeno tem sido especialmente crítico nas rodovias que passam por áreas como o Parque Nacional de Vila Velha e a Serra do Mar, regiões ricas em fauna e com intensa movimentação de veículos.

Impacto ambiental e ameaça à biodiversidade

Publicidade

Leia Também:

O impacto das rodovias na vida selvagem é profundo e multifacetado. A presença de estradas que cortam áreas de preservação ambiental resulta em um fenômeno conhecido como fragmentação de habitat, que limita os deslocamentos dos animais, tornando-os vulneráveis a acidentes. Espécies de grande porte, como onças, capivaras e veados, frequentemente necessitam cruzar grandes áreas em busca de alimento, parceiros ou refúgio, o que muitas vezes os leva a rodovias movimentadas, onde estão sujeitos a atropelamentos fatais.

Além das espécies maiores, pequenos animais, como tatus, gambás e serpentes, também estão entre as vítimas frequentes de atropelamentos. Embora muitas dessas espécies não estejam necessariamente ameaçadas de extinção, a perda constante de indivíduos em um ritmo acelerado pode comprometer o equilíbrio ecológico de certas regiões, afetando cadeias alimentares e causando efeitos em cascata no ecossistema.

"Estamos vendo uma perda silenciosa, mas significativa de biodiversidade nas margens das estradas", afirma o biólogo e especialista em conservação Paulo Mendes, que realiza pesquisas sobre os impactos de rodovias na fauna local. Segundo ele, a situação é agravada pela ausência de políticas públicas efetivas para mitigar os danos ambientais causados pelas rodovias.

Rodovias críticas para atropelamentos

Algumas rodovias do Paraná são especialmente problemáticas em relação ao atropelamento de animais. A BR-376, que liga Curitiba ao litoral, é uma das mais críticas, pois atravessa a Serra do Mar, uma área rica em biodiversidade e que abriga espécies vulneráveis. Outro ponto de atenção é a BR-277, que corta o estado em direção ao oeste e passa por áreas próximas ao Parque Nacional do Iguaçu, onde vivem animais de grande porte, como onças e antas.

De acordo com dados do Projeto Malha, uma iniciativa que monitora o atropelamento de fauna em estradas brasileiras, o Paraná está entre os estados com o maior número de acidentes envolvendo animais. Segundo o projeto, a falta de sinalização adequada, corredores de fauna e redutores de velocidade são alguns dos fatores que contribuem para o alto número de atropelamentos.

Soluções possíveis e ações em andamento

A implementação de medidas para reduzir os atropelamentos de animais selvagens nas estradas do Paraná é urgente, e algumas soluções já começam a ser discutidas por especialistas e órgãos ambientais. Entre as estratégias mais eficazes está a construção de passagens de fauna, que são pontes ou túneis especiais construídos sobre ou sob as rodovias, permitindo que os animais atravessem de forma segura.

Essas estruturas têm sido amplamente usadas em países como Canadá, Estados Unidos e Austrália, com resultados positivos na redução de atropelamentos. No Brasil, alguns exemplos de sucesso podem ser observados na Rodovia dos Tamoios, em São Paulo, onde as passagens de fauna ajudaram a diminuir a mortalidade de animais.

Além das passagens, outra solução viável é a instalação de cercas de proteção ao longo das estradas, impedindo que os animais entrem diretamente nas rodovias e direcionando-os para pontos de travessia segura. A sinalização de áreas críticas para travessia de animais, com placas que alertem os motoristas sobre o risco, também é uma medida que pode contribuir para a redução de acidentes.

Conscientização e educação

Para que essas medidas sejam realmente eficazes, é fundamental o envolvimento da sociedade e a conscientização dos motoristas. Campanhas educativas sobre a importância de reduzir a velocidade em áreas de risco e de respeitar a sinalização são essenciais para preservar a fauna local. Ações de conscientização, como aquelas promovidas por ONGs e instituições de proteção ambiental, buscam sensibilizar a população sobre a gravidade do problema.

"A educação ambiental é um dos pilares para a solução desse problema. É preciso que os motoristas entendam que ao reduzir a velocidade em áreas de preservação, estão salvando vidas e contribuindo para a preservação da nossa biodiversidade", afirma Marta Souza, diretora da ONG Fauna Livre, que trabalha na proteção de animais silvestres atropelados.

A morte de animais selvagens nas estradas do Paraná é um problema que vai além dos números de acidentes, pois compromete a biodiversidade e o equilíbrio ambiental de regiões inteiras. A construção de passagens de fauna, a implementação de cercas de proteção e a conscientização dos motoristas são passos fundamentais para mitigar os impactos da malha rodoviária sobre a fauna. Preservar a vida selvagem é essencial não apenas para garantir a sobrevivência das espécies, mas também para proteger o futuro dos ecossistemas do Paraná.

FONTE/CRÉDITOS: CSN - Central Sul de Notícias
Comentários:
CSN - Central Sul de Notícias

Publicado por:

CSN - Central Sul de Notícias

A Central Sul de Notícias é uma moderna e conceituada agência de jornalismo do sul do país. Estamos presentes nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Saiba Mais

Veja também

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!

A CSN agradece o seu contato. Como podemos ajudar....