CSN - Central Sul de Notícias - jornalista Douglas de Souza
Da Redação
Ser jornalista no Brasil e no mundo, nos dias de hoje, continua sendo um desafio imenso. O ambiente em que o profissional de mídia atua é, em sua maioria, hostil, seja na esfera política, econômica ou social. Jornalistas sérios e comprometidos com o exercício ético da profissão frequentemente não recebem o devido reconhecimento profissional. Além disso, a classe enfrenta dificuldades em se manter unida, lutando por reivindicações que visem fortalecer a categoria.
A sociedade, em grande parte, ainda enxerga o jornalista como um intruso, alguém que mais incomoda do que contribui para a ordem social. Muitos cidadãos têm dificuldade em reconhecer os serviços prestados por esses profissionais. Boa parte das críticas vem de setores denunciados em reportagens, como o mau uso do dinheiro público, o que frequentemente resulta em ameaças e intimidações durante o exercício da atividade.
Diversas entidades internacionais têm apresentado dados alarmantes sobre a realidade da profissão. De acordo com a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), 104 jornalistas foram assassinados em 2024, sendo mais da metade das mortes registradas em zonas de conflito, como Gaza. A FIJ reforça a necessidade urgente de uma Convenção Internacional para a Proteção de Jornalistas.
A UNESCO relatou que pelo menos 68 jornalistas foram mortos no cumprimento do dever em 2024, com mais de 60% desses assassinatos ocorrendo em países em conflito, a maior porcentagem em mais de uma década. Já o Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) destacou que 2024 foi o ano mais letal para a categoria em três décadas, com 124 mortes registradas, sendo quase dois terços de jornalistas palestinos mortos em Gaza.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) revelou que, nos últimos 20 anos, mais de 1,7 mil jornalistas foram assassinados em razão de suas funções. Em 2024, 54 jornalistas foram mortos, sendo o continente americano responsável por 47% das ocorrências. A América Latina, em especial, continua sendo a região mais perigosa para a atividade, com países como México, Brasil, Colômbia e Honduras entre os mais violentos.
No Brasil, casos emblemáticos como o do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, assassinados em 2022 no Vale do Javari, continuam a simbolizar os riscos enfrentados por profissionais que denunciam crimes ambientais e sociais. Outro caso marcante é o do jornalista Tim Lopes, brutalmente assassinado em 2002 enquanto investigava tráfico de drogas e abuso de menores no Rio de Janeiro.
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