CSN - Central Sul de Notícias - Correspondente Internacional Correia Lacerda de Lisboa (PT)
Da Redação
Nas últimas semanas, Israel lançou a “Operação Rising Lion”, conduzindo intensos bombardeios aéreos contra mais de 100 alvos estratégicos no Irã — incluindo instalações nucleares (Natanz, Fordō), bases do IRGC e líderes militares —, supostamente para prevenir o avanço do programa nuclear iraniano. Em resposta, no dia 13 de junho de 2025, o Irã atacou Israel com cerca de 150 mísseis e mais de 100 drones, resultando em vítimas civis e reforçando o uso do sistema Iron Dome .
EUA à beira de um confronto direto
Após inicialmente apoiar apenas defensivamente Israel (interceptando mísseis), o presidente dos EUA Donald Trump mudou o tom, ameaçando o Irã com “rendição incondicional” e sinalizando a possibilidade de envolvimento militar direto — inclusive em operações conjuntas com Israel em alvos como Fordō . Trump chegou a afirmar que o Irã “sabe onde Khamenei está, mas não serão mortos... ainda”.
Reação de Teerã e ameaça nuclear
O líder supremo Ali Khamenei rejeitou firmemente a exigência de rendição, chamou a pressão de “inaceitável” e advertiu que qualquer intervenção militar dos EUA causaria “danos irreparáveis”.. O Irã também alerta para represálias contra bases americanas na região, ameaça fechar o Estreito de Hormuz e usou termos como “consequências irreparáveis.”
Embora Khamenei mantenha há muitos anos uma fatwa (petição religiosa) contra armas nucleares, pressão interna dos comandantes do IRGC e conselheiros como Ali Larijani têm instado a considerar a produção de ogivas caso o país seja atacado, sugerindo uma possível revisão da doutrina nuclear.
O Irã dezena seu estoque de urânio enriquecido a 60% — suficiente para várias ogivas se refinado até 90% —, e testou novas centrífugas e instalações no plano “Kavir."
Reflexos globais e instabilidade
A tensão já disparou o preço do petróleo entre 7% e 14%, enquanto o Irã ameaça interromper o trânsito pelo Estreito de Hormuz — vital para exportações globais. China, Rússia, Alemanha e países do G7 pedem contenção e urgem um desvio diplomático . Sanções internacionais podem ser reativadas com o mecanismo “snapback” da ONU em outubro, impulsionando ainda mais a crise .
O declínio do poder de Khamenei?
Internamente, o regime iraniano enfrenta crescente pressão social e econômica, potencialmente ameaçando sua coesão . A fatwa de Khamenei, embora simbólica, pode perder força se um cenário de “ameaça existencial” prevalecer. Se a necessidade de construção de armas nucleares vencer o conservadorismo religioso, isso poderia minar seu poder e legitimar rivais ou facções dentro do IRGC.
Por outro lado, especialistas alertam: a região poderia mergulhar em conflito aberto, onde guerra nuclear seria o desfecho mais perigoso. Ainda que Khamenei ocorra a uma guinada autoritária, os riscos geopolíticos seriam imediatos e globais.
Qual o futuro deste conflito...
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Conflito: virou guerra aérea direta entre Israel e Irã.
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Internacionalização: os EUA flertam com intervenções militares; Irã ameaça represálias e bloqueio econômico.
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Nuclear: doutrina iraniana pode mudar sob pressão, fatwa impulso.
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Impactos globais: petróleo, mercados, diplomacia, sanções e estabilidade regional.
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Futuro da liderança iraniana: Khamenei enfrenta dilema entre manter a barreira religiosa ou ceder à realpolitik, o que pode enfraquecer sua autoridade.
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