CSN - Central Sul de Notícias - jornalista Douglas de Souza
Da Redação
Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, deixa um legado que transcende sua posição como líder da Igreja Católica. Primeiro pontífice latino-americano e jesuíta a ocupar o cargo, ele dedicou sua vida a transformar a instituição em um espaço mais humano, acessível e próximo dos mais necessitados. Sua trajetória foi marcada pela simplicidade, pela busca incessante por justiça social e pelo compromisso com os valores do Evangelho.
Desde o início de seu papado, Francisco demonstrou que não seria um líder convencional. Recusou os luxos do Vaticano, optando por viver na Casa Santa Marta em vez do Palácio Apostólico. Sua postura humilde e acessível conquistou fiéis ao redor do mundo. Ele não apenas pregava sobre a necessidade de uma Igreja voltada aos pobres, mas vivia essa realidade, promovendo reformas que tornaram a instituição mais inclusiva e menos burocrática.
Apesar de sua visão progressista, Francisco enfrentou resistência dentro da própria Igreja. O Vaticano, para ele, muitas vezes parecia uma prisão, um ambiente onde a vaidade e o orgulho se sobrepunham à missão espiritual. No entanto, ele aceitou a missão de conduzir a maior religião do Ocidente, mesmo sem desejar o título de Papa. Como um verdadeiro soldado da fé, enfrentou desafios internos e externos, sempre guiado pela convicção de que era possível construir um mundo mais justo e pacífico.
Seu impacto não se limitou ao âmbito religioso. Francisco foi um hábil diplomata, promovendo o diálogo entre líderes de diferentes nacionalidades e religiões. Defendeu causas ambientais, condenou a desigualdade econômica e se posicionou contra a pena de morte. Sua voz ressoou em momentos cruciais, como durante a pandemia, quando incentivou a vacinação e orou pelos profissionais de saúde.
Admirado por milhões, Francisco era um homem de gestos amorosos e sorriso franco. Apaixonado por futebol e pela natureza, ele nunca perdeu sua essência argentina, mantendo-se próximo de suas raízes e de seu povo. Sua morte representa uma grande perda para a Igreja e para o mundo, mas seu legado de humildade, reforma e compaixão permanecerá vivo.
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