CSN - Central Sul de Notícias
Da Redação
Nesta semana, os trabalhadores responsáveis pela limpeza urbana de Curitiba, incluindo coletores de lixo, varredores, roçadores e serventes, se uniram para reivindicar melhores condições de trabalho e reajustes salariais. A categoria, que desempenha um papel essencial para o bom funcionamento da cidade, está em alerta e não descarta a possibilidade de uma paralisação caso as negociações com a prefeitura e as empresas contratadas não avancem.
Dificuldades Diárias e Exigências da Categoria
Os trabalhadores relatam uma série de desafios enfrentados no dia a dia, como a exposição a riscos à saúde e segurança. Entre as principais reivindicações estão a melhoria nas condições dos cc que muitas vezes estão desgastados ou inadequados, e a redução da carga horária em dias de forte calor ou chuva intensa, devido ao desgaste físico elevado.
"Estamos na linha de frente, expostos ao sol, à chuva, ao lixo e ao risco de acidentes. Merecemos melhores condições de trabalho, porque é pela nossa saúde que estamos lutando", afirma José Carlos, que trabalha como coletor de lixo em Curitiba há 15 anos.
Salários Defasados e Pressão no Trabalho
Além das condições físicas adversas, a categoria destaca a defasagem salarial. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública e Serviços Ambientais do Paraná (Siemaco), os reajustes oferecidos nos últimos anos não acompanham a inflação, o que tem impactado diretamente o poder de compra dos trabalhadores.
"Estamos pedindo um reajuste de 12%, para tentar recuperar o que perdemos com a inflação. Muitos de nós temos famílias para sustentar e os preços subiram muito nos últimos tempos", relata Ana Paula, que atua como varredora de rua. Ela também menciona a pressão crescente no trabalho, com rotinas cada vez mais intensas e prazos apertados para a realização das tarefas.
Falta de Reconhecimento
Outra queixa recorrente é a falta de valorização e reconhecimento da profissão. Embora sejam fundamentais para a manutenção da limpeza e da saúde pública, muitos trabalhadores sentem que seus esforços não são devidamente reconhecidos, seja pela população, seja pelas autoridades.
"Nós limpamos a cidade todos os dias, mantemos as ruas limpas, o lixo longe das casas e ajudamos a evitar doenças. Mas raramente recebemos um agradecimento ou sequer uma condição digna para exercer nossa função", desabafa Roberto Silva, roçador da região central de Curitiba.
Negociações e Mobilização
O Siemaco está à frente das negociações com a prefeitura e as empresas terceirizadas responsáveis pelos serviços de limpeza urbana. Até o momento, a prefeitura de Curitiba se manifestou afirmando que está aberta ao diálogo e que avaliará as demandas dos trabalhadores.
Entretanto, os sindicalistas têm pressionado por uma resposta mais rápida e concreta, especialmente com relação ao reajuste salarial e à melhoria das condições de trabalho. "Não queremos parar a cidade, mas, se for necessário para sermos ouvidos, vamos fazer uma paralisação geral", afirmou o presidente do sindicato, Carlos Moura, durante uma assembleia realizada no último domingo.
Impacto no Dia a Dia da Cidade
Caso as negociações não avancem, uma possível paralisação dos trabalhadores da limpeza urbana poderá causar um impacto direto no cotidiano da população curitibana. A coleta de lixo e a manutenção das ruas limpas são serviços essenciais, e sua interrupção pode gerar acúmulo de resíduos, afetando tanto a saúde pública quanto o bem-estar da cidade.
Enquanto aguardam uma resposta das autoridades, os trabalhadores seguem com sua mobilização, ressaltando a importância de sua função para o funcionamento de Curitiba. Eles esperam que suas reivindicações sejam atendidas em breve, garantindo condições dignas para que continuem exercendo suas atividades de maneira segura e eficiente.
Douglas de Souza
Editor, Central Sul de Notícias
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