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Sexta-feira, 28 de Marco de 2025

Notícias/Meio Ambiente

Desmatamento Ilegal em Áreas Privadas no Brasil Aumenta e Preocupa Ambientalistas

O avanço do agronegócio tem sido um dos principais vetores do desmatamento em áreas privadas.

Desmatamento Ilegal em Áreas Privadas no Brasil Aumenta e Preocupa Ambientalistas
Foto: CSN - Central Sul de Notícias - Direito Autoral
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CSN - Central Sul de Notícias

Da Redação

O Brasil tem enfrentado um aumento significativo do desmatamento ilegal em áreas privadas nos últimos anos. Segundo especialistas e dados recentes de monitoramento ambiental, a expansão desse problema tem colocado em risco a preservação de florestas e a biodiversidade. As propriedades particulares, muitas vezes fora do alcance direto de fiscalização pública, tornaram-se o foco de ações ilegais de desmatamento impulsionadas, em grande parte, pela expansão de atividades agropecuárias e madeireiras.

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Crescimento Alarmante nas Áreas Privadas

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e de organizações ambientais como o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam que, enquanto as áreas protegidas como Unidades de Conservação e Terras Indígenas ainda são alvo de desmatamento, uma parcela crescente das áreas degradadas é identificada em propriedades privadas. Somente nos últimos dois anos, houve um aumento de cerca de 20% nas taxas de desmatamento em áreas privadas, especialmente na região amazônica.

Essas áreas, embora de propriedade privada, ainda têm obrigações ambientais estabelecidas pela Lei de Proteção da Vegetação Nativa, conhecida como Código Florestal, que exige a manutenção de reservas legais e áreas de preservação permanente. No entanto, a fiscalização nessas terras é mais difícil e depende frequentemente de autodenúncia, monitoramento por satélite e denúncias de vizinhos, o que nem sempre é eficaz ou eficiente.

A Expansão do Agronegócio e a Pressão Econômica

O avanço do agronegócio tem sido um dos principais vetores do desmatamento em áreas privadas. O aumento da demanda por produtos como soja, carne bovina e madeira levou muitos proprietários a expandirem ilegalmente suas áreas de cultivo e pastagem, abrindo espaço para a prática da derrubada de florestas sem autorização. Isso acontece principalmente em estados como Mato Grosso, Pará e Rondônia, onde a proximidade das áreas de floresta e a pressão econômica favorecem a exploração ilegal.

“Há uma grande pressão sobre os proprietários de terra para que aumentem a produtividade, e, muitas vezes, a saída encontrada é a expansão das áreas de cultivo, mesmo em áreas que deveriam estar preservadas”, explica Mariana Silva, ambientalista da ONG SOS Amazônia. "Essa prática afeta não só a floresta como também as populações que dependem dela para viver.”

Dificuldades na Fiscalização e na Aplicação de Multas

Outro problema que dificulta o combate ao desmatamento em propriedades privadas é a fiscalização limitada. Com recursos escassos e baixa presença de agentes fiscalizadores em áreas remotas, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enfrenta desafios para punir infratores e impedir a expansão de atividades ilegais. Em muitos casos, as multas aplicadas não são pagas, e as propriedades continuam em operação, comprometendo ainda mais o meio ambiente.

Além disso, a pressão política em prol do afrouxamento das regras de fiscalização ambiental tem dificultado a aplicação da lei, segundo representantes do Ministério Público. Em 2023, houve um aumento nas tentativas de flexibilização de normas ambientais e de regularização de áreas desmatadas ilegalmente, o que poderia facilitar a legalização de áreas já degradadas em propriedades particulares.

Soluções e Necessidade de Monitoramento Rigoroso

Para controlar o desmatamento em áreas privadas, especialistas sugerem maior investimento em tecnologias de monitoramento e em políticas que incentivem práticas de manejo sustentável. A utilização de satélites e sistemas de inteligência artificial, por exemplo, tem se mostrado eficaz para detectar desmatamentos em tempo real, e poderia fortalecer o trabalho de fiscalização. Programas de incentivo à recuperação de áreas degradadas e o estímulo ao mercado de créditos de carbono também são medidas em discussão para mitigar os impactos do desmatamento.

“É essencial que as políticas de incentivo e de fiscalização trabalhem juntas. A proteção da floresta em áreas privadas depende não só da penalização dos infratores, mas também de oportunidades para que os proprietários adotem práticas sustentáveis”, aponta João Costa, pesquisador de políticas ambientais.

O Impacto na Biodiversidade e nas Comunidades Locais

O aumento do desmatamento ilegal em áreas privadas não afeta apenas a vegetação nativa, mas também representa uma ameaça para a fauna local e para as comunidades que dependem dessas áreas. A perda de vegetação reduz o habitat natural de espécies e altera o equilíbrio ecológico, facilitando a disseminação de espécies invasoras e impactando diretamente a disponibilidade de água e de recursos para a população local.

No longo prazo, o avanço do desmatamento pode comprometer o clima regional e global, uma vez que a floresta tem um papel essencial na regulação da umidade e na absorção de carbono. Manter as florestas em pé é, portanto, uma medida urgente não só para a biodiversidade, mas também para a sustentabilidade econômica e para a saúde do planeta.

O desmatamento ilegal em áreas privadas no Brasil cresce como um problema complexo, envolvendo pressões econômicas, desafios na fiscalização e questões políticas. Para conter esse avanço, o país precisará de uma combinação de monitoramento rigoroso, incentivos econômicos para a conservação e uma aplicação mais firme das leis ambientais.

FONTE/CRÉDITOS: CSN - Central Sul de Notícias
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