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Sexta-feira, 28 de Marco de 2025

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Educação: Alunos e professores enfrentam dura realidade em sala de aula

Segundo dados do Censo Escolar 2023, cerca de 40% das escolas brasileiras ainda não possuem bibliotecas, laboratórios de informática ou áreas recreativas adequadas.

Educação: Alunos e professores enfrentam dura realidade em sala de aula
Foto: CSN - Central Sul de Notícias - Da Redação
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CSN - Central Sul de Notícias

Da Redação

A educação pública no Brasil, em muitas regiões, enfrenta uma crise profunda, com alunos e professores vivendo uma realidade desafiadora dentro das salas de aula. A falta de recursos, a precariedade das infraestruturas escolares e a sobrecarga de trabalho impõem barreiras diárias tanto para o ensino quanto para a aprendizagem. A situação, agravada pela pandemia de COVID-19, deixou marcas profundas no sistema educacional, e, apesar dos esforços, os impactos ainda são sentidos por milhões de estudantes e educadores em todo o país.

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Falta de infraestrutura e materiais básicos

Em muitas escolas públicas, a infraestrutura está longe do ideal. Salas superlotadas, carteiras quebradas, falta de ventilação adequada e problemas no fornecimento de materiais básicos, como livros e equipamentos tecnológicos, são queixas recorrentes. Segundo dados do Censo Escolar 2023, cerca de 40% das escolas brasileiras ainda não possuem bibliotecas, laboratórios de informática ou áreas recreativas adequadas.

"Trabalhamos com o que temos, mas nem sempre é suficiente. Muitas vezes, os alunos não têm acesso a livros atualizados, e isso prejudica o aprendizado", relata Maria Aparecida, professora de uma escola estadual em São Paulo. Ela ainda destaca que em algumas salas falta até mesmo ventilação adequada, tornando o ambiente desconfortável para alunos e professores, principalmente em dias de calor intenso.

Além disso, as novas tecnologias que poderiam ajudar a modernizar o ensino, como computadores e acesso à internet, são inexistentes ou muito limitadas. O uso de plataformas digitais, tão necessário durante o ensino remoto, ainda é um desafio para muitas escolas, onde faltam laboratórios de informática ou onde a conexão à internet é instável.

Sobrecarga de trabalho e falta de valorização

A sobrecarga de trabalho é outro fator que afeta diretamente o desempenho dos professores. Com salários baixos, jornadas extensas e turmas numerosas, muitos educadores sofrem com o estresse e o desgaste emocional. A falta de valorização da profissão e a precariedade das condições de trabalho são motivos frequentes de desmotivação entre os profissionais.

"Estamos constantemente sobrecarregados. Além de dar aulas, precisamos lidar com questões administrativas, falta de apoio pedagógico e, em muitos casos, com a falta de infraestrutura básica. É desafiador manter a qualidade do ensino nessas condições", desabafa Carlos Henrique, professor da rede pública no Paraná.

Além disso, as questões emocionais e comportamentais dos alunos, muitas vezes decorrentes de problemas socioeconômicos e familiares, são mais uma carga sobre os professores. Sem equipes multidisciplinares para auxiliar no acompanhamento dos estudantes, como psicólogos e assistentes sociais, os professores acabam assumindo papéis que vão além de suas funções pedagógicas.

Desigualdades educacionais

A realidade em sala de aula também expõe as profundas desigualdades do sistema educacional brasileiro. Enquanto algumas escolas de áreas urbanas e mais ricas conseguem oferecer melhores condições, muitas instituições em regiões periféricas e rurais enfrentam um verdadeiro colapso.

Estudos indicam que alunos de escolas públicas têm desempenho significativamente inferior ao de estudantes de escolas privadas em exames como o Enem e o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Essa diferença de desempenho revela o quanto a desigualdade de recursos impacta diretamente na qualidade da educação recebida.

Impactos pós-pandemia

A pandemia de COVID-19 agravou ainda mais os desafios educacionais. Muitos alunos ficaram sem acesso adequado ao ensino remoto, seja por falta de internet, computadores ou até mesmo por não terem um ambiente propício para estudar em casa. Agora, de volta ao ensino presencial, professores relatam que os impactos são visíveis.

"A defasagem de conteúdo é muito grande. Estamos tentando recuperar o tempo perdido, mas muitos alunos voltaram desmotivados e com lacunas enormes no aprendizado", afirma Cláudia Nogueira, professora do ensino fundamental no Rio de Janeiro. A situação é especialmente preocupante para alunos que estavam nos primeiros anos de escolarização, que perderam parte fundamental do processo de alfabetização.

Propostas de solução e esperança para o futuro

Apesar das dificuldades, muitos educadores e gestores públicos estão trabalhando para encontrar soluções. Iniciativas como a melhoria da formação continuada de professores, o investimento em tecnologia educacional e projetos de apoio psicológico para alunos e professores têm sido discutidas como caminhos para enfrentar os desafios.

Algumas escolas têm buscado parcerias com o setor privado e ONGs para suprir a carência de materiais e infraestrutura. Além disso, debates sobre a necessidade de maior financiamento da educação têm ganhado força, com a defesa de uma valorização salarial dos professores e a destinação de mais recursos para a manutenção das escolas.

A realidade vivida por alunos e professores nas escolas públicas brasileiras evidencia a necessidade urgente de reformas estruturais e investimentos. A superação desses desafios passa pela valorização dos educadores, pela melhoria das condições de ensino e pela redução das desigualdades que permeiam o sistema educacional. Embora o cenário seja preocupante, iniciativas locais e políticas públicas mais eficazes podem ser a chave para garantir um futuro melhor para a educação no Brasil. O compromisso com a educação, afinal, é o primeiro passo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

FONTE/CRÉDITOS: CSN - Central Sul de Notícias
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