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Da Redação
Nos últimos meses, os vendedores ambulantes voltaram a ocupar com força as ruas e praças do centro de Curitiba. Após um período de menor presença devido às restrições impostas pela pandemia e às ações de fiscalização, o comércio informal está em expansão, principalmente nas áreas de grande circulação, como a Rua XV de Novembro, a Praça Tiradentes e o entorno da Praça Rui Barbosa.
Crescimento do comércio informal
O retorno dos ambulantes reflete a necessidade de muitos trabalhadores de buscar alternativas de renda diante do desemprego e da inflação que afeta o poder de compra da população. Pequenos comerciantes, que vendem de alimentos a eletrônicos, roupas e acessórios, têm se multiplicado pelas principais ruas da capital paranaense, atraindo tanto aqueles que buscam preços mais acessíveis quanto os consumidores que apreciam a conveniência de encontrar produtos à mão durante o trajeto diário.
Impacto na economia local
O crescimento do comércio informal tem gerado um misto de preocupações e debates entre os lojistas formais do centro da cidade. Por um lado, muitos comerciantes reclamam que os vendedores ambulantes competem de forma desigual, já que não pagam impostos ou aluguel. Por outro lado, o movimento nas ruas tende a aumentar o fluxo de pessoas na região, o que, indiretamente, também beneficia o comércio formal.
Carlos Andrade, dono de uma loja de roupas na Rua XV, afirma que o aumento dos ambulantes tem impactado suas vendas: “É difícil competir com quem vende produtos a preços muito mais baixos, e isso acaba afastando alguns clientes. Ao mesmo tempo, entendo que muitos estão tentando sobreviver.”
Por outro lado, há quem veja a presença dos ambulantes de forma mais positiva. “O centro está mais movimentado, e isso traz um público que, depois de comprar na rua, acaba entrando nas lojas também”, comenta Ana Lúcia Souza, que administra uma lanchonete no calçadão da Rua XV.
Desafios de regulamentação e fiscalização
As autoridades de Curitiba enfrentam o desafio de manter o equilíbrio entre a regulamentação do espaço público e o direito ao trabalho. Nos últimos anos, a prefeitura adotou medidas de fiscalização mais rigorosas para organizar a presença dos ambulantes, permitindo que alguns trabalhadores se regularizassem e obtivessem licenças para atuar em áreas delimitadas. No entanto, muitos vendedores continuam operando sem autorização, o que resulta em ações periódicas de fiscalização.
Segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo, o objetivo é organizar o comércio informal sem prejudicar os trabalhadores. Apesar dos esforços, a fiscalização enfrenta limitações. O número crescente de ambulantes torna difícil para as equipes municipais atenderem todas as áreas do centro de Curitiba. Além disso, muitos vendedores preferem permanecer na informalidade por conta da burocracia e dos custos envolvidos no processo de regulamentação.
O que dizem os ambulantes
Para muitos vendedores ambulantes, essa é a única alternativa de sustento. José Lima, que vende capas de celular na Rua XV, afirma que começou o negócio após perder o emprego durante a pandemia. “Com o custo de vida alto e poucas oportunidades de trabalho, vender na rua foi a saída que encontrei para pagar as contas”, comenta. Ele reconhece os desafios da informalidade, como a falta de garantias e a insegurança diante das fiscalizações, mas destaca que, no momento, não vê outra opção. Outros, como Maria Oliveira, que vende bijuterias, gostariam de se regularizar, mas encontram dificuldades no processo. “Já tentei, mas é muita burocracia. Enquanto isso, vou me virando como posso”, afirma.
Cenário Econômico
O retorno em massa dos vendedores ambulantes ao centro de Curitiba reflete a realidade de um cenário econômico desafiador, onde o comércio informal se torna uma saída para muitas pessoas. Embora o fenômeno traga benefícios e desafios ao mesmo tempo, a busca por soluções que garantam o sustento dos trabalhadores e o ordenamento das ruas da cidade continua sendo um dos grandes desafios das autoridades locais.
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