Central Sul de Notícias - Integrando a notícia do Sul do País

Domingo, 20 de Abril de 2025

Colunas/Sônia Hutterer

Refletindo - "ADOLESCÊNCIA"

Reflexões causadas por livros, filmes, textos, fatos do cotidiano.

Refletindo -
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Sônia Hutterer

(41)9671-5917

www.soniahutterer.blogspot.com  

"Adolescência"

Caros leitores amigos,

Leia Também:

Hoje discorrerei sobre uma mini série que assisti na Netflix.

Desde o advento da tal "pandemia", o canal da Netflix trazia películas muito ruins.  Até aventamos a possibilidade de cancelar o canal - havia muita violência e sexo gratuitos, os quais já comentei num texto anterior, entretanto essas duas características ainda subsistem, mas com menos intensidade.  O excesso de "wokismo" também era bem irritante.

A mini série com 4 episódios foi "Adolescência".  Muita polêmica tem sido feita à respeito dessa série.  Do meu ponto de vista ela foi muito bem dirigida.  Os atores são excepcionais, principalmente o personagem estudante do ensino médio de 13 anos. Todos os atores não são famosos do público em geral.

A trama gira em torno do assassinato de uma garota estudante do ensino médio de uma escola britânica.  Para nós que assistimos ao enredo não aparece a cena do crime explicitamente, apenas por uma câmera de rua desfocada que os pais do menino suspeito assistiram na delegacia de polícia.  Na minha opinião, essa característica é bem incomum num filme desse gênero.

O primeiro episódio é bem violento e não vi motivo para tal, mas eles, os produtores e diretores da série, talvez achassem necessário para "chamar" a audiência.  Eu, de minha parte, quase desisti, mas resolvi dar continuidade à história.

O segundo episódio é bem interessante onde você se depara com o diálogo (ou seria uma sessão na prisão?) entre o suspeito/culpado e a psicóloga. Obviamente para mim, como psicóloga, essa cena foi intrigante.  Ao meu ver, os psicólogos em geral se beneficiariam com o aprendizado ao observarem atentamente esse diálogo/sessão.

O último episódio foi esclarecedor e ao mesmo tempo confuso para quem o assistiu.  A primeira impressão que fica é que os pais foram os culpados - eles sentiram-se "culpados" pela não "vigilância" das atitudes do filho no meio social.  Eu não vi assim - entendo até que é importante os pais darem uma atenção "especial" aos filhos adolescentes, mas com o advento da internet e seus penduricalhos é quase impossível saber tudo o que filhos assistem.  Eu senti esse episódio como um alerta para que pais NÃO sintam-se responsáveis pelos atos dos filhos, pois a sociedade atual mundial busca "retirar" a responsabilidade dos pais sobre os filhos e dá-la ao Estado e ao mesmo tempo, quando algo ruim acontece, como esse crime, tentam imputar a "culpa" sobre os pais.

Um fator que chamou minha atenção na história foi a atitude do pai.

Para um menino, a presença e as atitudes do pai usualmente são mais valorizadas que as da mãe.  Na trama, nota-se sutilmente a dificuldade do pai para aceitar o filho em suas escolhas e sua personalidade.  Nota-se que o filho tem pendor para o desenho, mas o pai resolve colocá-lo no futebol (um esporte "masculino"?). Talvez por um preconceito inculcado há muito tempo na sociedade onde meninos brincam de carrinho e meninas brincam de boneca? O desenho no caso seria uma atividade "feminina"? No relato do filho para a psicóloga, do pai para a polícia e a cena que vemos há o mesmo detalhe: o menino não era um bom jogador de futebol e então o técnico o coloca para ser goleiro.  Na primeira bola que ele deixa passar, o pai vira o rosto e o filho nota que ele faz isso. O menino conta para a psicóloga como ele se ressentiu desse comportamento do pai.  O pai sentia vergonha do filho? O filho não sentia-se acolhido pelo pai?

Em realidade, a sociedade cria "dogmas" a serem seguidos e quando eles se chocam com a realidade, as tragédias podem acontecer.

Finalizo com algumas dúvidas e reflexões que vocês, leitores, possam ter, mas em minha opinião, os  pais não podem ser responsabilizados pela atitude do filho embora ele tenha 13 anos de idade (sic!).  O que seria bom para eles, os pais, é buscarem o autoconhecimento já que eles sentiram-se mal com o ocorrido e compreenderem que o filho em sua caminhada em direção à construção de sua personalidade, reagiu como pôde às ideias do meio social e tentou aplacar sua raiva, sua sensação de fracasso e menos-valia através do ato infame. Nem todas as pessoas reagiriam desta maneira.  Esta é a minha visão da história.

Boa reflexão!

Comentários:
Sonia Hutterer - Psicóloga

Publicado por:

Sonia Hutterer - Psicóloga

- " Sônia Hutterer, Psicóloga Clínica Junguiana e Radiestesista Terapêutica. Residente em Curitiba-PR - Como observadora do cotidiano, mantenho desde 2020 o Blog "Refletindo", onde escrevo sobre: Hábitos - Livros - Filmes e Cultura em Geral" -...

Saiba Mais

Veja também

CSN - Central Sul de Notícias
CSN - Central Sul de Notícias

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!

A CSN agradece o seu contato. Como podemos ajudar....