Sônia Hutterer
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Caros leitores,
Domingo passado, meu marido e eu, fomos ao cinema assistir Flow - filme vencedor do Oscar de melhor animação deste ano. O filme é da Letônia. A Letônia é uma nação do norte da Europa, sendo uma das três repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia). Faz fronteira ao norte com a Estônia, a leste com a Rússia, a sudeste com a Bielo Rússia e a oeste com o Mar Báltico.
O filme é uma produção da Letônia junto com a Bélgica e a França. Em realidade eu não chamaria essa animação de filme - eu a chamo de "obra prima". Já fazia um bom tempo que não me deparava com algo tão bonito, tão belo. O filme é belíssimo não somente em suas paisagens - a criação de arte é magnífica - como também a história montada por trás de tudo isso.
Em um mundo tão difícil de se viver pós-pandemia, onde temos nos deparado com acontecimentos bizarros, muitas vezes surreais, onde não temos mais músicas de boa qualidade, poucos autores escrevendo histórias que valem uma leitura, até a "arte" do cinema com filmes que só trazem uma violência gratuita misturado com cenas de sexo explícito desnecessário para o enredo da história. Tenho reparado que muitos filmes ou séries têm em seu início ou uma cena de sexo ou um crime hediondo e só depois é que a história se desenrola. Quando consigo dar continuidade a um filme desses, percebo que a história até nem é de todo ruim, mas o início com sexo ou violência é realmente desnecessário.
Mas, fiquei, aliás, ficamos, meu marido e eu, extasiados com a história e as imagens de Flow. Os animais são uma grande paixão minha e o gato está colocado em primeiro lugar para mim e achei bem interessante o autor/diretor colocá-lo como protagonista da história. É ele, o gato preto, que faz a ligação com todos os outros personagens - a propósito, não há seres humanos, somente animais.
No resumo do filme na internet é colocado que a história se passa numa época "distópica" da Terra - eu percebi mais um tsunami que veio e se foi - como um fluir da vida. Cada animal enfrentou o desafio do seu jeito - o gato, a capivara (interessante um diretor da Letônia colocar uma capivara - animal essencialmente da América do Sul), um lêmure (de Madagascar), cães, uma ave pernalta que não identifiquei, uma baleia (outra de minhas paixões, espero ver uma ao vivo um dia).
Além do cenário que vai até além de nossa imaginação, a história, na minha interpretação, é como todos nós deveríamos viver/encarar a vida no planeta Terra. A tranquilidade do início depara-se com um tsunami imprevisto(acredito que todos sejam assim) onde tudo e todos tiveram que se adaptar para lutar por suas vidas. Nesse desafio de grandes proporções encontramos o protagonista se debatendo para sobreviver, mas também auxiliando outros animais que vão surgindo e todos eles, à sua maneira, embarcam (literalmente) nessa aventura de ajuda mútua.
A vida de todos nós é (ou pelo menos deveria ser), ao meu ver, uma aventura. Nessa aventura de viver deparamo-nos com imprevistos, percalços, desafios. Em meio à essa turbulência, abracemos o fluir da vida, a qual ocorre para todos de inúmeras maneiras. E, nesse fluir, compreendamos que estamos todos no mesmo barco e que a corrente do ajudar e ser ajudado não deve ser quebrada para que no final, compreendamos que tudo o que ocorre e ocorreu é e foi para entender o sentimento do bem estar interior.
Assistam o filme e deleitem-se!
Boa semana!
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