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Sabado, 09 de Novembro de 2024

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Burnout: a síndrome que ameaça a saúde física e mental dos trabalhadores

Do ponto de vista psicológico, o Burnout está intimamente ligado a outras condições de saúde mental, como ansiedade e depressão.

Burnout: a síndrome que ameaça a saúde física e mental dos trabalhadores
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CSN - Central Sul de Notícias

Da Redação

A Síndrome de Burnout, caracterizada por um estado de exaustão física e emocional causado pelo estresse crônico no ambiente de trabalho, tem se tornado uma preocupação crescente entre trabalhadores de diversas áreas. A doença, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional, está associada a longas jornadas, alta pressão e a uma cultura de produtividade que muitas vezes ignora os limites humanos. No Brasil, o Burnout afeta milhões de trabalhadores, colocando em risco não apenas a saúde mental, mas também o bem-estar físico e social.

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Com sintomas que vão desde cansaço extremo até sentimentos de inadequação e desmotivação, o Burnout pode impactar profundamente a vida pessoal e profissional, tornando-se uma ameaça silenciosa à saúde.

O que é o Burnout?

O Burnout, também conhecido como esgotamento profissional, é uma resposta ao estresse crônico no trabalho, quando as demandas ultrapassam a capacidade de lidar com as pressões. A palavra "Burnout" vem do inglês e significa "queimar até o fim", ilustrando bem o que acontece com quem sofre dessa condição: uma pessoa literalmente se esgota.

Os principais sintomas da síndrome são:

  • Exaustão física e emocional: Sentimento constante de cansaço, falta de energia e dificuldades para relaxar, mesmo fora do ambiente de trabalho.
  • Despersonalização: O trabalhador começa a se afastar emocionalmente de suas responsabilidades, tornando-se apático ou cínico em relação às tarefas e às pessoas ao seu redor.
  • Sensação de ineficácia: Sentimentos de fracasso e incapacidade de realizar bem o trabalho, com perda de autoconfiança e produtividade.

Além disso, os sintomas podem se manifestar de maneira física, com dores de cabeça, problemas digestivos, insônia, entre outros problemas de saúde que refletem o impacto do estresse prolongado.

O impacto do Burnout na saúde física

Embora o Burnout seja frequentemente associado à saúde mental, seus efeitos sobre o corpo também são graves. O estresse prolongado afeta diretamente o sistema imunológico, cardiovascular e digestivo, aumentando o risco de doenças crônicas como hipertensão, problemas cardíacos, diabetes e gastrite.

A endocrinologista Maria Clara Ferreira explica que o Burnout desencadeia uma série de respostas fisiológicas no corpo. "O corpo, quando exposto a altos níveis de estresse por longos períodos, libera hormônios como o cortisol, que em excesso podem causar inflamação e desregulação de diversos sistemas, afetando o coração, o sistema digestivo e o sono", afirma. Ela alerta que os trabalhadores muitas vezes demoram a reconhecer os sinais e só buscam ajuda quando já estão com a saúde seriamente comprometida.

Burnout e saúde mental

Do ponto de vista psicológico, o Burnout está intimamente ligado a outras condições de saúde mental, como ansiedade e depressão. A pressão constante no ambiente de trabalho, aliada à sensação de não ter controle sobre a própria vida profissional, cria um ambiente de angústia e desesperança, levando muitos trabalhadores ao isolamento e à desistência de suas metas e projetos de vida.

Muitos profissionais relatam sentimentos de esgotamento e desânimo, mesmo em tarefas que antes consideravam desafiadoras ou gratificantes. “Eu amava meu trabalho, mas chegou um momento em que tudo me irritava e parecia que eu não fazia nada certo. Passei a ter crises de ansiedade e não conseguia dormir à noite”, relata Ana Paula, analista financeira de 28 anos, que precisou se afastar de suas funções para tratar o Burnout.

As causas do Burnout

Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento do Burnout, sendo os principais:

  1. Sobrecarga de trabalho: Excesso de tarefas, prazos curtos e jornadas longas são fatores decisivos para o esgotamento profissional.
  2. Falta de controle: A sensação de que não se tem autonomia no trabalho, seja pela falta de voz em decisões importantes ou pelo excesso de regras e supervisão, é um fator agravante.
  3. Ambiente de trabalho tóxico: Conflitos com colegas ou chefias, competitividade extrema e falta de apoio emocional no ambiente de trabalho são gatilhos frequentes.
  4. Exigências emocionais: Profissões que lidam diretamente com a dor, o sofrimento ou a fragilidade humana, como profissionais de saúde, professores e assistentes sociais, tendem a ser mais suscetíveis ao Burnout.

Como prevenir e tratar o Burnout?

A prevenção do Burnout envolve mudanças tanto no nível individual quanto no organizacional. Empresas e gestores têm um papel fundamental na criação de ambientes de trabalho mais saudáveis, enquanto os trabalhadores precisam aprender a estabelecer limites e a reconhecer seus próprios sinais de esgotamento.

Para as empresas, algumas ações recomendadas incluem:

  • Promover um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal: Incentivar jornadas mais flexíveis e adequadas, além de garantir pausas regulares e férias.
  • Oferecer suporte emocional e psicológico: Programas de assistência e o incentivo ao autocuidado são essenciais.
  • Treinamento para líderes: Capacitar gestores para identificar sinais de estresse em suas equipes e promover um ambiente de trabalho acolhedor e colaborativo.

Para os trabalhadores, algumas estratégias incluem:

  • Autocuidado: Praticar atividades que promovam o bem-estar físico e mental, como exercícios, meditação e hobbies que tragam prazer.
  • Estabelecer limites: Aprender a dizer "não" a demandas excessivas e organizar o tempo de maneira que o trabalho não ocupe todas as horas do dia.
  • Buscar apoio profissional: Psicólogos e psiquiatras podem ajudar a identificar os sinais de Burnout e a tratar os sintomas através de terapia e, se necessário, medicação.

Finalizando

A Síndrome de Burnout é uma ameaça real à saúde física e mental dos trabalhadores, exigindo atenção urgente de empresas, gestores e profissionais. À medida que o mundo do trabalho se torna mais acelerado e exigente, o Burnout se consolida como uma das principais causas de afastamento e queda de produtividade. Reconhecer os sinais, promover ambientes mais saudáveis e priorizar o bem-estar são passos fundamentais para combater essa síndrome e garantir que o trabalho seja uma fonte de realização e não de sofrimento.

O Burnout nos alerta para a necessidade de reequilibrar nossas vidas profissionais e pessoais, respeitando nossos limites e cuidando da nossa saúde de maneira integral. Afinal, sem saúde, o sucesso no trabalho perde completamente o sentido.

FONTE/CRÉDITOS: CSN - Central Sul de Notícias
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