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Quinta-feira, 22 de Maio de 2025

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EUA pressionam por base naval no sul da Argentina

Analistas alertaram que os EUA buscam militarizar o sul da ARgentina como parte de sua disputa com a China.

EUA pressionam por base naval no sul da Argentina
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Da Redação

O chefe do Comando Sul dos EUA, Alvin Holsey, visitará a cidade mais ao sul da Argentina para fortalecer o projeto de uma "base naval conjunta". Analistas consultados pela Sputnik alertaram que os EUA buscam militarizar a área como parte de sua disputa com a China. O Comando Sul dos EUA insiste em estabelecer presença na Argentina e avançar com o estabelecimento de uma base naval conjunta no extremo sul do território argentino, próximo à Antártica e à conexão mais ao sul entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
 
Enquanto a maioria das autoridades internacionais em visita à Argentina permanece em Buenos Aires, o chefe do Comando Sul, Alvin Holsey, incluiu uma visita a Ushuaia, a cidade mais ao sul do país, em sua agenda oficial.
A antecessora de Holsey, Laura Richardson, já havia estado em Ushuaia em abril de 2024 para visitar, juntamente com o presidente Javier Milei, a Base Naval Austral, uma instalação da Marinha argentina localizada no canal de Beagle, uma das conexões estratégicas entre o Atlântico e o Pacífico naquela região e um porto logístico fundamental para as operações na Antártica. Na ocasião, Milei e Richardson anunciaram uma "base naval conjunta" entre os dois países.
Peça de arte de Sergio Díaz representa o ex-jogador argentino Diego Armando Maradona com um rosário nas mãos e um halo na cabeça, em pintura feita em uma nota de dez pesos argentinos, em 9 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 11.04.2025
 
- Luciano Anzelini, doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Buenos Aires e mestre em Estudos Internacionais pela Universidade Torcuato Di Tella, considerou que a presença do novo líder militar norte-americano em Ushuaia confirma que o Pentágono está "levando a sério" o projeto da base conjunta. "Se prestarmos atenção aos documentos preparados pelo Pentágono e pela inteligência norte-americana nos últimos quatro ou cinco anos, podemos ver que, como nunca, uma ênfase significativa está sendo colocada em regiões que antes estavam fora do radar, como o Ártico e a Antártica", observou o especialista.
Anzelini enfatizou que, com base nesses documentos, é possível perceber como "o Atlântico Sul, a projeção antártica e a natureza bioceânica da região desempenham um papel cada vez mais relevante", especialmente no contexto da "disputa global com a China". De fato, a penetração do gigante asiático no Cone Sul é vista com particular preocupação em Washington, explicou o acadêmico.
 
Para Anzelini, o maior problema é que a importância geopolítica do Atlântico Sul não é vista com a mesma seriedade no país sul-americano. "A importância da região para os EUA impõe uma lógica ao governo argentino, que se subordina a essa agenda em função de suas necessidades econômicas", observou.
Javier Milei, presidente argentino, acena após falar com alunos na Florida International University, em North Miami, Flórida. EUA, 11 de abril de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 16.04.2025

A militarização do sul da Argentina

Embora tenha se passado quase um ano desde o primeiro anúncio, as reformas necessárias para uma base conjunta em Ushuaia parecem não ter avançado, segundo Moisés Solorza, analista internacional de Ushuaia, à Sputnik.

Para o especialista, a própria "motosserra" que o presidente Javier Milei aplicou às obras públicas argentinas, suspendendo a grande maioria dos projetos, paradoxalmente resultou em que "ainda não tenha sido movimentado um único metro cúbico de terra referente à base naval conjunta".

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Solorza, por sua vez, vincula o projeto da base conjunta ao radar da empresa norte-americana Leolabs, instalado em 2023 em Tolhuin, cidade vizinha de Ushuaia, também na província da Terra do Fogo. A empresa é suspeita de fornecer informações militares estratégicas aos governos dos EUA e do Reino Unido.
Para o especialista, os crescentes exercícios militares britânicos "com fogo real e drones" nas Ilhas Malvinas e até mesmo um recente acordo entre os governos do Chile e do Reino Unido para o desenvolvimento da indústria naval chilena no sul do país também devem ser adicionados à lista de preocupações.
 
FONTE/CRÉDITOS: CSN - Central Sul de Notícias - Sputnik
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