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Da Redação
Frei Gilson, um sacerdote carmelita conhecido por sua forte presença na evangelização, frequentemente aborda temas relacionados à fé católica, incluindo a reencarnação. Em suas reflexões, ele defende a doutrina da Igreja Católica, que rejeita a ideia de reencarnação com base em fundamentos teológicos e bíblicos. Frei Gilson enfatiza a crença na ressurreição, que é central para o cristianismo, e cita passagens das Escrituras que reforçam a visão de que há apenas uma vida terrena, seguida pelo julgamento divino.
A doutrina da reencarnação é amplamente contestada pela Igreja Católica, e isso se baseia em fundamentos teológicos e filosóficos que estão profundamente enraizados na tradição cristã. Vamos abordar, deixando claro que não é um ponto de vista da CSN Central Sul de Notícias, os principais motivos dessa contestação para que você tenha uma visão mais completa:
- A visão sobre a salvação
A Igreja Católica ensina que a salvação é alcançada por meio da graça divina, da fé em Jesus Cristo e das boas obras realizadas ao longo de uma vida única. A reencarnação, por outro lado, pressupõe múltiplas vidas e ciclos de aprendizado e evolução espiritual, o que contraria o conceito católico de que o destino eterno de cada indivíduo é decidido após sua morte, seja na comunhão eterna com Deus ou na separação dele.
- Ressurreição vs. Reencarnação
No cristianismo, especialmente no catolicismo, há uma crença na ressurreição, baseada na própria ressurreição de Jesus Cristo. A ressurreição não é uma retomada de várias vidas terrestres, mas um evento único e transformador que ocorre no fim dos tempos, quando o corpo será restaurado e unido novamente à alma. A reencarnação, que sugere múltiplos renascimentos físicos, entra em conflito direto com essa visão.
- A posição das Escrituras
A Igreja Católica se baseia fortemente nas Escrituras como guia para sua doutrina. Passagens como Hebreus 9:27 (“E como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo”) reforçam a crença de que há apenas uma vida terrena e um julgamento subsequente. A ideia de reencarnação não encontra respaldo direto nos textos bíblicos, o que a torna incompatível com a interpretação tradicional da Igreja.
- Questões filosóficas e morais
Do ponto de vista filosófico, a reencarnação sugere que as ações de vidas passadas impactam diretamente o destino em vidas futuras. Para a Igreja, isso pode levar a uma visão de salvação que depende apenas do esforço humano, diminuindo o papel da graça divina. Moralmente, a reencarnação também pode ser criticada por enfraquecer o senso de urgência para viver uma vida virtuosa, já que haveria inúmeras outras oportunidades para "corrigir erros".
- O papel dos Concílios e da Tradição
Historicamente, a Igreja Católica condenou formalmente a ideia de reencarnação em Concílios como o de Constantinopla II, no século VI, ao rejeitar as ideias de Orígenes, um dos primeiros teólogos cristãos que flertou com conceitos semelhantes. Essa condenação permanece como uma reafirmação da posição oficial da Igreja ao longo dos séculos.
Portanto, a contestação da Igreja Católica à lei da reencarnação é multifacetada, envolvendo elementos teológicos, filosóficos, bíblicos e históricos. Para o catolicismo, a doutrina da reencarnação é incompatível com a essência da fé cristã e com os ensinamentos sobre salvação, julgamento e vida eterna.
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