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Quinta-feira, 10 de Julho de 2025

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Latinos, incluindo brasileiros, enfrentam deportações em massa no governo Trump

A postura dos EUA serviu como exemplo negativo para outros países, encorajando governos de linha dura a adotar medidas semelhantes contra migrantes.

Latinos, incluindo brasileiros, enfrentam deportações em massa no governo Trump
CSN -Foto: WebMaster
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CSN - Central Sul de Notícias - Reportagem Especial

Da Redação

Por Central Sul de Notícias

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A crise migratória global atingiu novos patamares de gravidade durante o segundo mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Com uma política implacável de deportações em massa, o governo deixou milhares de famílias latinas — inclusive muitas brasileiras — em situação de desespero, medo e violação sistemática de direitos humanos.

Logo após a posse, em 20 de janeiro de 2025, Trump assinou uma série de ordens executivas que intensificaram ainda mais sua postura anti-imigração. Entre os principais atos:

  • A Executive Order 14159, “Protecting The American People Against Invasion”, expandiu a remoção acelerada em todo o território, cortou verbas federais de "cidades-santuário", impôs penalidades severas a imigrantes indocumentados e reforçou o efetivo do ICE e da patrulha fronteiriça;

- Em 29 de janeiro, foi sancionada a Laken Riley Act, obrigando a detenção de imigrantes acusados de crimes como roubo ou agressão, além de permitir que estados processassem o governo federal por omissão;

- Uma proclamação de emergência nacional no sul do país permitiu o uso de tropas e fundos do Pentágono para erguer novas barreiras físicas na fronteira;

- Medidas para revogar o direito à cidadania por nascimento, reativar programas como o “Remain in Mexico” e retomar o uso da autoridade sanitária para expulsões sumárias (o antigo Título 42).

Operações de deportação em massa

A operação “Safeguard” levou à prisão de mais de 23.000 pessoas desde janeiro — 18 mil delas já deportadas, muitas em aviões militares. O ICE voltou a realizar batidas em larga escala com a meta de 3 mil prisões diárias, inclusive em áreas urbanas, independentemente de antecedentes criminais.

Setores como restaurantes, hotéis e a agricultura — que emprega aproximadamente 38% de mão de obra imigrante — já enfrentam escassez de trabalhadores. Proclamações restritivas e impactos nas entradas

A Proclamação 10949, emitida em 4 de junho de 2025, baniu viajantes de 12 países, com outros 36 em avaliação sigilosa. A justificativa: segurança nacional. O alcance, porém, afeta estudantes, refugiados, trabalhadores e até visitantes com “perfis ideológicos considerados perigosos”.

Impactos diretos para brasileiros e latinos

Desde 2018, mais de 11.300 brasileiros foram deportados. Apenas entre outubro de 2019 e julho de 2024, 10 mil foram repatriados por voos charter — com relatos frequentes de adultos e crianças algemados durante toda a viagem. Nos primeiros meses deste novo mandato, voos transportando ao menos 88 brasileiros algemados causaram indignação pública.

A reativação de ordens antigas de deportação e a ausência de audiências judiciais aumentaram a sensação de insegurança — especialmente em regiões como a Baía de São Francisco.

Reações judiciais e internacionais

Ações judiciais questionam a constitucionalidade das novas ordens. Diversas cortes bloquearam cortes de verbas às cidades-santuário, tentativas de revogar o direito de cidadania por nascimento e restrições de cooperação estadual com autoridades migratórias.

Organizações como a ONU, a Anistia Internacional e a Human Rights Watch classificaram as políticas como violações graves dos direitos humanos. No entanto, o poder executivo internacional é limitado, e as denúncias têm surtido pouco efeito prático até o momento.

Criminalização da imigração

A postura de Trump, desde 2018, baseou-se em uma política de “tolerância zero”, que resultou na separação de mais de 2.800 crianças de seus pais na fronteira. Brasileiros, sobretudo do Norte e Nordeste, relataram más condições em centros de detenção, ausência de defensores públicos e até violência psicológica.

O ICE intensificou prisões em escolas, igrejas e espaços públicos, provocando pânico generalizado nas comunidades latinas.

 Fuga da violência e esperança frustrada

Muitos brasileiros cruzaram a fronteira fugindo da violência urbana, da pobreza e da falta de oportunidades. Famílias inteiras se arriscaram em rotas perigosas, contrataram coiotes e enfrentaram o deserto em busca de uma vida melhor.

Entidades de direitos humanos relatam casos de brasileiros detidos por meses, sem acesso a advogados ou contato com familiares — alguns deportados sem aviso.

Desintegração familiar e trauma coletivo

Deportações em massa deixaram um rastro emocional profundo. Crianças foram enviadas a abrigos sem saber do paradeiro dos pais. “É um trauma coletivo”, afirma uma representante da Human Rights Watch. “Pessoas vivem escondidas, com medo até de ir ao mercado.”

 Reflexos globais e o legado

A política migratória dos EUA serviu de inspiração negativa para governos autoritários em outros países. O endurecimento da repressão agravou a crise humanitária global, alimentando a xenofobia e forçando deslocamentos em massa.

FONTE/CRÉDITOS: CSN - Central Sul de Notícias - Reportagem Especial
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