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Sexta-feira, 28 de Marco de 2025

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Rafael Greca: Avaliação do Governo nos Últimos 4 Anos à Frente de Curitiba

Pontos críticos.Habitação e Desigualdade Social. O aumento da população em situação de rua durante a pandemia expôs uma vulnerabilidade que se acentuou nos últimos anos em Curitiba.

Rafael Greca: Avaliação do Governo nos Últimos 4 Anos à Frente de Curitiba
Foto: CSN - Central Sul de Notícias - Direito Autoral
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O prefeito Rafael Greca (PSD) encerra seu mandato como prefeito de Curitiba em 2024, após dois mandatos consecutivos, marcados por avanços e desafios em áreas cruciais para a cidade. Desde sua reeleição em 2020, Greca buscou consolidar sua visão de uma Curitiba moderna, inovadora e sustentável, mantendo sua marca de forte planejamento urbano. Contudo, sua gestão também enfrentou críticas em temas como mobilidade urbana, habitação e a resposta às crescentes desigualdades sociais.

Principais Realizações

  1. Inovação e Sustentabilidade Um dos principais pilares da gestão Greca foi o foco em inovação e sustentabilidade, áreas em que Curitiba tradicionalmente é vista como referência. O prefeito ampliou os investimentos em tecnologias inteligentes para a cidade, como o conceito de Smart City, com o uso de dados e sistemas integrados para melhorar a eficiência dos serviços públicos.

O projeto Vale do Pinhão, uma iniciativa voltada ao estímulo de startups e empresas de tecnologia, ganhou força nos últimos anos. O objetivo foi transformar Curitiba em um centro de inovação e economia criativa, trazendo desenvolvimento econômico e geração de empregos para áreas relacionadas à tecnologia.

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No campo ambiental, a gestão apostou na expansão de programas de sustentabilidade, como a criação de novas áreas verdes, incentivo à energia renovável e a ampliação do programa Lixo que Não é Lixo, que visa aumentar a reciclagem e reduzir o impacto ambiental dos resíduos urbanos.

  1. Infraestrutura Urbana Greca também deu continuidade a projetos de infraestrutura importantes, como a manutenção e revitalização das principais vias da cidade e a modernização da iluminação pública, com a troca de lâmpadas convencionais por LED, prometendo mais eficiência energética e segurança pública. A reforma de parques, como o Parque Bacacheri, e a criação de novos espaços de lazer também foram pontos positivos, contribuindo para a qualidade de vida dos curitibanos.

Outro destaque foi a manutenção e expansão dos programas sociais como o Armazém da Família, que fornece alimentos a preços reduzidos para famílias de baixa renda, uma medida que ganhou relevância durante a pandemia.

  1. Respostas à Pandemia O governo de Greca enfrentou o impacto severo da pandemia de COVID-19, especialmente em 2021 e 2022. A gestão foi amplamente elogiada pela estruturação rápida de centros de vacinação drive-thru, um sistema que permitiu agilizar a imunização da população e reduzir a sobrecarga nos postos de saúde. Além disso, a prefeitura coordenou a criação de centros de atendimento exclusivos para casos de COVID-19, evitando a superlotação das unidades de saúde convencionais.

No entanto, a gestão também sofreu críticas pela falta de coordenação mais ampla em relação a políticas econômicas de apoio ao setor privado e aos trabalhadores informais afetados pela crise, o que resultou em uma recuperação lenta de muitos setores.

Principais Críticas

  1. Mobilidade Urbana Apesar de Curitiba ser historicamente conhecida por seu sistema de transporte público inovador, o BRT (Bus Rapid Transit), os últimos anos trouxeram uma série de desafios para a mobilidade urbana. A falta de investimentos robustos em expansão e modernização do sistema de transporte coletivo gerou reclamações dos usuários sobre superlotação, aumento das tarifas e deficiências no serviço.

A pandemia exacerbou esses problemas, uma vez que a redução no número de passageiros e o aumento dos custos de operação não foram acompanhados por melhorias significativas na frota ou nas condições dos terminais. Enquanto houve discussões sobre a possível implementação de alternativas, como veículos elétricos e ônibus híbridos, esses projetos não saíram do papel na velocidade esperada pelos curitibanos.

  1. Habitação e Desigualdade Social O aumento da população em situação de rua durante a pandemia expôs uma vulnerabilidade que se acentuou nos últimos anos em Curitiba. A falta de políticas habitacionais robustas para lidar com o déficit de moradia social, associada ao crescimento de ocupações irregulares, gerou críticas de que o governo municipal não respondeu à altura das necessidades crescentes da população mais vulnerável.

Embora tenha havido avanços em programas de assistência, como a ampliação dos abrigos temporários, muitos argumentam que a abordagem foi paliativa, sem atacar o cerne do problema: a falta de moradias acessíveis e a desigualdade social crescente.

  1. Desafios na Saúde Pública Mesmo com as ações rápidas no combate à COVID-19, a saúde pública de Curitiba enfrentou desafios no atendimento geral da população. O crescimento da demanda nos postos de saúde e nos hospitais públicos não foi acompanhado pela ampliação proporcional de recursos. Em diversas ocasiões, a população enfrentou filas para consultas e exames, especialmente em especialidades médicas. A falta de profissionais de saúde e a sobrecarga do sistema foram apontadas como falhas que não foram adequadamente resolvidas durante os mandatos de Greca.
  2. Gestão Centralizadora Um dos pontos de crítica frequente ao estilo de gestão de Rafael Greca é o seu perfil centralizador. Greca, conhecido por ser detalhista e controlador, frequentemente foi acusado de tomar decisões importantes sem ampla consulta pública ou participação de conselhos municipais. Esse perfil gerou descontentamento em setores da sociedade civil organizada e em alguns vereadores, que alegam uma falta de diálogo mais aberto e participativo.

Legado de Greca

Rafael Greca encerra seus dois mandatos consecutivos como prefeito de Curitiba com uma gestão marcada por uma visão de desenvolvimento moderno e sustentável, mas também por falhas em áreas sociais e estruturais. A inovação e o planejamento urbano continuam a ser as marcas de seu governo, mas os desafios relacionados à mobilidade urbana, à habitação e à inclusão social colocaram à prova sua administração.

A visão de Greca para Curitiba como uma cidade modelo de urbanismo e inovação foi parcialmente atingida, mas com áreas em que o progresso ficou aquém das expectativas. A gestão dele será lembrada por suas iniciativas em tecnologia e sustentabilidade, mas a desigualdade e a insatisfação de parte da população quanto ao transporte e serviços básicos marcaram o final de seu mandato.

O governo Rafael Greca será avaliado de forma mista pelos curitibanos. Para alguns, ele foi um líder comprometido em modernizar a cidade e enfrentar desafios complexos como a pandemia. Para outros, sua gestão centralizadora, a falta de melhorias no transporte público e a resposta insuficiente às desigualdades urbanas deixaram a desejar. Agora, com a sucessão iminente, o próximo prefeito terá a responsabilidade de dar continuidade às áreas onde houve avanços, ao mesmo tempo que enfrentará os problemas não resolvidos que se agravam na capital paranaense.

FONTE/CRÉDITOS: CSN - Central Sul de Notícias
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