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Domingo, 12 de Janeiro de 2025

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Saúde - Consumo de Remédios sem Prescrição Médica no Brasil é Superior à Média Mundial

O comportamento de buscar alívio rápido para sintomas sem consultar um profissional de saúde está profundamente enraizado na cultura brasileira.

Saúde - Consumo de Remédios sem Prescrição Médica no Brasil é Superior à Média Mundial
Foto: CSN - Central Sul de Notícias - Direito Autoral
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CSN - Central Sul de Notícias

Da Redação

O hábito de consumir medicamentos sem orientação médica é uma prática comum no Brasil, que já ultrapassa a média global. Dados recentes indicam que cerca de 77% dos brasileiros utilizam medicamentos sem a devida prescrição, um número preocupante quando comparado à média mundial, estimada em torno de 50%. Essa automedicação, que se estende por todas as faixas etárias e classes sociais, coloca em risco a saúde de milhões de pessoas no país.

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Uma Cultura de Automedicação

O comportamento de buscar alívio rápido para sintomas sem consultar um profissional de saúde está profundamente enraizado na cultura brasileira. Muitas pessoas costumam recorrer a farmácias e até a vizinhos e familiares em busca de orientações, ao invés de procurarem um médico. Os medicamentos mais utilizados de forma inadequada incluem analgésicos, anti-inflamatórios, antigripais, antibióticos e ansiolíticos. 

Entre as razões para a automedicação, destacam-se a facilidade de acesso a remédios vendidos sem receita, a falta de tempo para consultas médicas, a dificuldade de agendar atendimentos no sistema público de saúde e a confiança em experiências anteriores com determinados medicamentos.

Riscos da Automedicação

Embora possa parecer inofensivo, o consumo de medicamentos sem orientação médica pode trazer sérios riscos à saúde. Os efeitos colaterais, interações perigosas entre medicamentos e o mascaramento de sintomas de doenças graves são algumas das principais preocupações. Além disso, a automedicação pode levar ao agravamento de problemas de saúde e à ocorrência de reações alérgicas inesperadas.

O uso indiscriminado de antibióticos, por exemplo, contribui para o desenvolvimento de *bactérias resistentes*, um dos maiores desafios da saúde pública atual. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a resistência bacteriana pode transformar infecções comuns em ameaças letais, caso o uso inadequado de antibióticos não seja controlado.

Outro problema é a dependência de medicamentos que atuam no sistema nervoso central, como os ansiolíticos. O consumo desses medicamentos sem acompanhamento profissional pode levar à dependência química, criando um ciclo de automedicação que se torna difícil de romper.

Falta de Informação e Educação

Especialistas apontam que a falta de informação adequada sobre os riscos da automedicação é um dos principais fatores que impulsionam essa prática no Brasil. Muitas pessoas desconhecem os efeitos adversos que o uso indiscriminado de medicamentos pode causar e não têm acesso a informações claras sobre os perigos de misturar diferentes substâncias.

A publicidade de medicamentos, embora regulamentada, também tem impacto significativo no comportamento dos consumidores. Mesmo que haja restrições para anúncios de medicamentos tarja preta (controlados), muitos remédios de venda livre são amplamente divulgados, incentivando a compra sem prescrição. A facilidade de acesso a esses produtos nas prateleiras das farmácias também é um fator que impulsiona a automedicação.

A Responsabilidade das Farmácias e dos Profissionais de Saúde

As farmácias desempenham um papel crucial no combate à automedicação. No Brasil, há uma exigência de que farmácias mantenham farmacêuticos durante todo o horário de funcionamento, para orientar os clientes sobre o uso correto dos medicamentos. No entanto, muitas vezes, esses profissionais enfrentam resistência de consumidores que insistem em comprar medicamentos sem a devida orientação.

O Ministério da Saúde e as entidades médicas têm intensificado campanhas de conscientização sobre o uso racional de medicamentos. A ideia é educar a população sobre a importância de procurar um médico antes de utilizar qualquer substância e alertar para os riscos da automedicação, especialmente no caso dos antibióticos.

Impactos para o Sistema de Saúde

A automedicação não é apenas um problema individual; ela também tem consequências para o sistema de saúde. O uso incorreto de medicamentos pode resultar em complicações que exigem tratamentos mais complexos, aumento do número de internações hospitalares e até mortes. Isso gera custos adicionais para o sistema público e privado de saúde, que poderiam ser evitados com o uso racional de medicamentos.

Além disso, a automedicação dificulta a coleta de dados precisos sobre o uso de medicamentos e as reações adversas, prejudicando o monitoramento da segurança de novas substâncias lançadas no mercado.

Conscientização é o Caminho para a Mudança

Para enfrentar o problema, especialistas sugerem medidas educativas, regulatórias e de fiscalização mais rígidas. A conscientização da população sobre os riscos da automedicação é uma prioridade, e isso deve começar na escola, com educação sobre saúde e o uso responsável de medicamentos. 

Campanhas de saúde pública são essenciais para desmistificar o papel do médico e mostrar que o tratamento adequado deve ser individualizado, considerando as condições específicas de cada paciente. 

Além disso, uma regulamentação mais eficaz sobre a venda de medicamentos e o fortalecimento da fiscalização sobre a propaganda enganosa podem ajudar a reduzir a automedicação. Em muitos países, medicamentos que são de venda livre no Brasil só podem ser adquiridos com receita, o que limita o consumo irresponsável.

A automedicação no Brasil é um reflexo de uma série de fatores culturais, econômicos e educacionais, que precisam ser enfrentados de forma integrada. Promover a saúde com responsabilidade é um desafio que envolve não apenas as autoridades e os profissionais de saúde, mas também cada cidadão, que deve entender que o uso inadequado de medicamentos pode ter consequências graves.

Procurar orientação médica antes de qualquer tratamento é a maneira mais segura de cuidar da saúde. O acesso à informação e o fortalecimento da confiança no sistema de saúde são passos essenciais para que o Brasil possa reduzir os números alarmantes de automedicação, alinhando-se a práticas mais seguras e conscientes.

FONTE/CRÉDITOS: CSN - Central Sul de Notícias
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