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Da Redação
Nos últimos anos, cientistas e autoridades do Japão, Estados Unidos e Chile vêm aumentando os alertas e medidas de prevenção diante da possibilidade de um megaterremoto — um abalo sísmico de proporções catastróficas, com potencial para devastar regiões inteiras e causar tsunamis com milhares de vítimas.
Mas por que esses três países estão especialmente em alerta? E como um megaterremoto pode acontecer?
Três países no Anel de Fogo
O que o Japão, a costa oeste dos EUA e o Chile têm em comum? Todos estão localizados ao longo do Círculo de Fogo do Pacífico — uma área com intensa atividade tectônica, onde diversas placas da crosta terrestre colidem, deslizam ou afundam sob outras.
Essas interações acumulam energia por décadas (ou até séculos), que pode ser liberada de forma repentina, gerando terremotos e erupções vulcânicas.
Japão: Lições do passado e temor do “Big One” japonês
O Japão já enfrentou vários terremotos devastadores, como o de 2011 em Tohoku, que causou um tsunami e o desastre nuclear de Fukushima. Agora, especialistas alertam para a possibilidade de um terremoto ainda mais forte ao longo da Fossa de Nankai, que historicamente gera abalos sísmicos a cada 100 a 150 anos.
Um estudo do governo japonês estima que um megaterremoto nessa região poderia matar mais de 320 mil pessoas, especialmente se acompanhado por um tsunami.
Estados Unidos: A ameaça da Falha de Cascadia
Na costa noroeste dos EUA, especialmente nos estados de Washington, Oregon e norte da Califórnia, a grande preocupação é com a Zona de Subducção de Cascadia. Trata-se de uma falha geológica semelhante à que causou o terremoto de 2011 no Japão.
Segundo a FEMA, há 37% de chance de um terremoto de magnitude 8.0 ou mais atingir a região nos próximos 50 anos. Se isso ocorrer, pode destruir cidades inteiras e deixar milhões sem acesso a água, energia ou serviços de emergência por semanas.
Chile: Experiência sísmica e vigilância constante
O Chile é considerado um dos países mais preparados para terremotos, graças a rígidos códigos de construção e sistemas de alerta. No entanto, a ameaça permanece constante. O país já foi palco do maior terremoto registrado na história, em 1960, com magnitude 9.5.
Atualmente, os especialistas monitoram a região norte do país, onde a energia sísmica está se acumulando há décadas. Um eventual rompimento dessa área pode resultar em um novo terremoto de grande magnitude.
Como um megaterremoto acontece?
Um megaterremoto ocorre quando há o rompimento de uma grande área de contato entre placas tectônicas, liberando enorme quantidade de energia. Esse tipo de terremoto geralmente tem magnitude acima de 8.5 na escala Richter e pode durar vários minutos.
Além da destruição causada diretamente pelo tremor, há o risco de tsunamis, deslizamentos de terra e colapsos de infraestrutura crítica, como pontes, hospitais e usinas.
Preparação: a única defesa possível
Embora não seja possível prever terremotos com precisão, os países estão investindo em:
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Simulações de evacuação
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Sistemas de alerta antecipado
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Educação pública
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Normas de construção resistentes a abalos
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Planos de emergência e reconstrução
Finalizando
O risco de um megaterremoto no Japão, EUA ou Chile não é uma questão de "se", mas de "quando". A ciência já identificou os pontos mais perigosos e os governos estão se preparando. Mas a população também precisa estar ciente, informada e pronta para agir. Afinal, em uma catástrofe natural, o tempo de resposta pode ser a diferença entre a vida e a morte.

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