O alto preço das tarifas de transporte público em Curitiba tem gerado descontentamento entre os usuários, que já enfrentam um cenário econômico difícil. A nova tarifa, que passou de R$ 5,50 para R$ 6,00 em janeiro de 2024, está pesando no bolso dos trabalhadores, estudantes e demais pessoas que dependem do sistema de transporte diariamente.
Impacto no dia a dia dos curitibanos
Para muitos, o aumento veio em um momento delicado, com a inflação e os preços de outros serviços essenciais também subindo. Quem depende do transporte público para se deslocar pela cidade sente o impacto diretamente no orçamento. Maria Eduarda, estudante universitária que usa o ônibus diariamente, conta: "Gasto R$ 12,00 por dia só para ir e voltar da faculdade. No fim do mês, isso representa uma parte significativa do meu orçamento."
Além dos trabalhadores que utilizam o transporte diariamente, estudantes e aposentados também têm sentido o peso da nova tarifa. Mesmo com a existência de subsídios e meia-passagem para alguns grupos, o aumento geral afeta toda a população que depende do sistema de transporte.
Críticas à qualidade do serviço
A insatisfação dos curitibanos não se limita ao aumento no preço das passagens. Muitos reclamam que o reajuste não foi acompanhado por melhorias no serviço. Problemas como a superlotação dos ônibus nos horários de pico, atrasos nas linhas e a falta de manutenção em algumas estações tubo e terminais são queixas recorrentes.
"O transporte está caro e continua cheio e atrasado. Pagamos mais, mas a qualidade não melhora", desabafa Ricardo Nascimento, morador do bairro Sítio Cercado, que utiliza o transporte público para ir ao trabalho.
Justificativas da prefeitura
A Prefeitura de Curitiba justificou o aumento das tarifas apontando para o aumento dos custos operacionais, como o preço dos combustíveis, peças de manutenção e reajustes salariais dos funcionários do transporte. Segundo a administração municipal, o reajuste foi necessário para garantir a sustentabilidade financeira do sistema de transporte público da cidade, que tem enfrentado dificuldades desde a pandemia, quando houve uma queda significativa no número de passageiros.
Além disso, a prefeitura destacou que o subsídio ao transporte público já consome uma parte significativa do orçamento municipal, e que sem o aumento da tarifa, a operação dos ônibus poderia ser comprometida.
Revolta nas redes sociais e nas ruas
Nas redes sociais, muitos usuários expressaram sua insatisfação com o aumento da tarifa, usando hashtags como #TarifaAbusivaCuritiba. Além disso, pequenos grupos realizaram protestos em algumas estações e terminais de ônibus da cidade, pedindo a redução das tarifas e melhorias no sistema.
Os movimentos sociais e coletivos de mobilidade urbana da cidade têm criticado a falta de diálogo da prefeitura com a população e a ausência de alternativas que garantam um transporte mais acessível. "Precisamos de um sistema que seja justo para todos. As pessoas não podem continuar sendo penalizadas por um transporte público caro e ineficiente", afirmou um dos organizadores de uma manifestação na região central de Curitiba.
Soluções e expectativas
Enquanto o aumento das tarifas continua a gerar debates na cidade, os usuários esperam por soluções que possam aliviar o impacto financeiro e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade do serviço. Entre as alternativas sugeridas por especialistas em mobilidade urbana estão a revisão do modelo de financiamento do transporte público, com maior participação de recursos públicos, além de investimentos em soluções de transporte mais sustentáveis e eficientes.
Por enquanto, os curitibanos seguem ajustando seus orçamentos para lidar com o aumento das tarifas, enquanto aguardam por respostas e melhorias no sistema que é vital para o cotidiano de tantos moradores da capital paranaense.
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