Central Sul de Notícias - Integrando a notícia do Sul do País

Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2025

Notícias/Política

Reportagem Especial - A História Política do Brasil: Desafios e Conquistas da Democracia

Quanto vale uma Democracia? Getúlio Vargas, João Batista Figueiredo, Tancredo Neves, Fernando Color, FHC, Lula, Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro

Reportagem Especial - A História Política do Brasil: Desafios e Conquistas da Democracia
CSN -Central Sul de Notícias - Arquivo - Direito Autoral -
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

CSN - Central Sul de Notícias

Da Redação -jornalista Douglas de Souza

Se formos retroceder na cronologia do tempo político de um Brasil recente, veremos o quanto nossa democracia ainda é fragilizada por estar constantemente flertando com a linha dura do Poder Militar, que não é considerado pela Constituição de 1988 como um quarto poder, mas que insiste em se comportar dessa forma.

Publicidade

Leia Também:

Governo Getúlio Vargas

Em 1930, o governador gaúcho Getúlio Vargas candidatou-se à Presidência da República pela Aliança Liberal e, não sendo eleito, tomou o poder por meio da Revolução de 1930, assumindo a chefia do Governo Provisório de 1930 a 1934. Um de seus primeiros atos no governo foi a revogação da Constituição de 1891. Entre outras medidas, criou, nesse período, o Ministério da Educação e Saúde, responsável pela reforma do ensino secundário e superior, e o Ministério do Trabalho, que deu nova orientação à Justiça Trabalhista. Demitiu os governadores, nomeando interventores para os estados (com exceção de Minas Gerais). Pressionado pela Revolução Constitucionalista de 1932, Vargas convocou uma Assembleia Constituinte em 1933, que promulgou a nova Constituição em 1934. Em 16 de julho desse ano, Vargas foi eleito pelos deputados constituintes Presidente da República.

Em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas deu um golpe de estado, instaurando a ditadura do Estado Novo, que o manteve no poder até 1945. Em 1937, ele dissolveu todos os partidos políticos e criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). Durante o Estado Novo, foram fundadas a Usina Siderúrgica Nacional, a Companhia Vale do Rio Doce e o Conselho Nacional de Petróleo.

Com a volta da democracia em 1945, Getúlio atuou em dois partidos: o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e o PSD (Partido Social Democrata), sendo eleito senador na Assembleia Nacional Constituinte de 1946 pelo PSD (RS). Em 1950, foi eleito novamente Presidente da República (PTB), desta vez pela via democrática. Contudo, seu governo enfrentou forte oposição, que se intensificou em 1954, apoiada por uma série de denúncias de corrupção. A situação piorou com a tentativa de assassinato do político e jornalista Carlos Lacerda — um forte opositor de Vargas — na qual o Major Rubens Vaz, que o acompanhava, veio a falecer. O crime teria sido encomendado por Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal do presidente. Pressionado entre a renúncia ou a deposição, Getúlio Vargas acabou se suicidando, em seu quarto no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1954.

Governo Militar de João Batista Figueiredo

A ditadura militar brasileira foi o regime autoritário instaurado no Brasil em 1º de abril de 1964, que durou até 15 de março de 1985, sob o comando de sucessivos governos militares. Nos anos 80, o então presidente da República, o militar João Batista Figueiredo (ex-chefe do SNI), sucessor de Ernesto Geisel, símbolo de uma ditadura que reinava havia 21 anos no país, trabalhava nos bastidores para fazer o seu sucessor. Porém, Figueiredo não conseguiu escolher o seu candidato e declarou: “Quem ganhar na convenção do partido PDS, leva”. O presidente tomou essa decisão por não suportar o então deputado do estado de São Paulo, Paulo Maluf, que era um forte candidato na época para assumir a presidência. Figueiredo falava com frequência com seus mais próximos: “O turco não sentará no meu lugar de maneira nenhuma.” O presidente o considerava arrogante, prepotente, despreparado para exercer o poder e desprovido de escrúpulos.

Na época, o senador alagoano Guilherme Palmeira, em fevereiro de 1984, questionou Figueiredo: “E se o Maluf ganhar no Colégio Eleitoral?” Figueiredo respondeu: “Haverá uma convulsão social no país”, previu o presidente. “E depois?”, insistiu o senador. Figueiredo respondeu: “Depois virá o golpe. Mas eu não terei nada com isso. Estarei descansando no meu sítio de Nogueira”, finalizou.

A história estava sendo escrita nos bastidores por uma caneta cujo destino era incerto. A postura rígida do presidente Figueiredo, de não aceitar um candidato como Paulo Maluf para sucedê-lo, abriu as portas para uma articulação de um possível candidato civil. Foi nesse ambiente que o governador mineiro Tancredo Neves aceitou os apelos dos governadores dos estados para ser candidato à Presidência da República. Contudo, numa entrevista à imprensa na Assembleia Legislativa de São Paulo, Tancredo afirmou que sua campanha precisaria do apoio dos dissidentes do PDS, além da unidade do PMDB em torno de seu nome.

Governo Tancredo Neves/ José Sarney - Eleições Indiretas

Em 1984, o governador mineiro aceitou a proposta de se candidatar à Presidência da República, e em 15 de janeiro de 1985 foi eleito presidente do Brasil pelo voto indireto de um colégio eleitoral, com uma larga diferença. No entanto, adoeceu gravemente em 14 de março do mesmo ano, véspera da posse. Em 21 de abril, morreu aos 75 anos.

O então senador José Sarney, vice na chapa de Tancredo, assumiu a presidência em 15 de março de 1985, jurando a Constituição de 1967 no Congresso Nacional, aguardando o restabelecimento de Tancredo. Leu o discurso de posse que Tancredo havia escrito e que pregava conciliação nacional e a instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte. O governo de José Sarney foi marcado por uma transição para a democracia, com a promulgação da Constituição de 1988. O governo também enfrentou desafios econômicos, como a alta inflação, e esquemas de corrupção.

Governo Fernando Collor/ Itamar Franco - Eleições Diretas Já

Em 1988, ocorreram eleições municipais. Em 1989, foram realizadas eleições diretas para a Presidência da República — as primeiras em 29 anos. José Sarney foi sucedido na presidência por Fernando Collor de Mello, que baseou sua campanha em ataques violentos ao seu antecessor. Fernando Collor foi o primeiro presidente eleito pelo povo desde 1960, quando Jânio Quadros venceu a última eleição direta para presidente antes do início do regime militar. Seu afastamento em 2 de outubro de 1992 foi consequência da instauração de seu processo de impeachment no dia anterior, seguido pela cassação. Itamar Franco, vice de Collor, foi empossado presidente do Brasil em 29 de dezembro de 1992, após o impeachment do então presidente, haja vista que a Constituição Federal previa que, caso o presidente eleito fosse impossibilitado de atuar, o vice-presidente assumiria como chefe de governo da nação.

Governo Fernando Henrique Cardoso

Em 1994, Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente da República e empossado. As principais marcas positivas do governo FHC foram a continuidade do Plano Real, iniciado por Itamar Franco, que tinha o próprio Cardoso como ministro da Fazenda; o fim da hiperinflação e a criação de programas sociais pioneiros, como o Bolsa-Escola, o Vale-Gás e o Bolsa-Alimentação.

Governo Lula -crescimento econômico

Em 1º de janeiro de 2003, Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência. O governo Lula caracterizou-se pela baixa inflação, que foi controlada, redução do desemprego e constantes recordes da balança comercial. Na gestão do presidente Lula, observou-se o recorde na produção da indústria automobilística em 2005, o maior crescimento real do salário mínimo.

Governo Dilma Rousseff -impeachment 

Depois de 8 anos de governo Lula, a ex-ministra Dilma Rousseff recebeu a faixa presidencial em 1º de janeiro de 2011. No governo Dilma, foram implementadas medidas que incluíam políticas de forte intervenção governamental na economia, combinando política monetária com a redução da taxa de juros e política fiscal com dirigismo no investimento, elevação de gastos, concessões de subsídios e intervenção em preços.

Em 31 de agosto de 2016, Dilma Rousseff foi afastada do cargo de Presidente da República após três meses de tramitação do processo iniciado no Senado, que culminou com uma votação em plenário resultando em 61 votos a favor e 20 contra o impedimento. As acusações versaram sobre desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade administrativa por parte da presidente, além de lançarem suspeitas de envolvimento em atos de corrupção na Petrobras, que eram objeto de investigação pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato.

Governo Jair Bolsonaro -chegada da Direita ao Poder

O militar reformado Jair Bolsonaro foi eleito o 38º presidente do Brasil no dia 28 de outubro de 2018, com 55,13% dos votos válidos no segundo turno das eleições presidenciais, derrotando o candidato do PT, Fernando Haddad, que obteve 44,87% dos votos válidos. O governo Bolsonaro foi responsável por uma expressiva desburocratização e modernização do sistema público, com a digitalização recorde dos serviços públicos federais, através da criação da plataforma digital "gov.br", e posteriormente, através da Lei do Governo Digital, dos estados e municípios.

Governo Lula - O retorno da esquerda ao Poder

O governo Lula, 39º da República Brasileira, vai de 1º de janeiro de 2023 até 31 de dezembro de 2026. Este é o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na presidência. Lula já foi presidente por dois mandatos, entre os anos de 2003 e 2011. Nas últimas eleições, venceu o ex-presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno do pleito.

Até o momento, o governo do presidente Lula tem sofrido alta rejeição popular, principalmente dos simpatizantes do ex-presidente Bolsonaro. A volta da inflação, com o aumento do preço dos alimentos e combustíveis, tem criado um ambiente difícil para Lula governar o país. O presidente não consegue emplacar uma boa gestão, como ocorreu em seu primeiro mandato. Lula também tem enfrentado com frequência problemas de saúde. Atualmente, ele vem se recuperando de uma cirurgia após sofrer um acidente doméstico, no qual teve uma fratura no crânio. A idade avançada é outro impedimento, que compromete sua agilidade mental e gera cansaço frequente, limitando suas ações.

FONTE/CRÉDITOS: CSN - Central Sul de Notícias
Comentários:
CSN - Central Sul de Notícias

Publicado por:

CSN - Central Sul de Notícias

A Central Sul de Notícias é uma moderna e conceituada agência de jornalismo do sul do país. Estamos presentes nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Saiba Mais

Veja também

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!

A CSN agradece o seu contato. Como podemos ajudar....