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Da Redação
As aves do Passeio Público de Curitiba, o mais antigo parque da cidade, estão enfrentando sérias dificuldades devido às altas temperaturas e à falta de espaço adequado para viver. O local, que é um dos pontos turísticos mais tradicionais da capital paranaense, abriga diversas espécies de aves em recintos que, com o calor intenso e o clima seco, têm se mostrado insuficientes para proporcionar o bem-estar necessário aos animais.
Calor extremo e suas consequências para os animais
Com as recentes ondas de calor que atingem Curitiba, as aves do Passeio Público estão sofrendo com o aumento das temperaturas. A estrutura dos viveiros, construída há décadas, não oferece a ventilação adequada para enfrentar os dias mais quentes. Segundo especialistas, a exposição prolongada a condições de calor excessivo pode causar estresse térmico nas aves, levando a problemas de saúde como desidratação, dificuldade de respiração e até mesmo a morte em casos mais graves.
O veterinário Carlos Andrade, que acompanha a situação dos animais, explica que as aves são particularmente sensíveis ao calor. "Elas precisam de ambientes arejados e frescos. Quando ficam confinadas em espaços pequenos e mal ventilados, a temperatura corporal delas pode subir rapidamente, o que gera um risco elevado de complicações", afirma.
Além do calor, a falta de chuvas contribui para a secura do ambiente, o que agrava ainda mais a condição dos animais, que dependem de umidade e sombra para regular sua temperatura corporal.
Espaço físico insuficiente
Outro ponto de preocupação é o espaço limitado em que as aves são mantidas. Os recintos atuais foram projetados há muitos anos e não atendem mais às necessidades de bem-estar das espécies que ali vivem. Muitas das aves têm espaço reduzido para voar e se movimentar, o que impacta diretamente sua qualidade de vida.
"As gaiolas são muito pequenas para algumas espécies maiores, como araras e tucanos, que necessitam de grandes áreas para voar e exercitar suas asas. A falta de espaço adequado causa estresse, apatia e até problemas comportamentais nas aves, que acabam ficando deprimidas", comenta Luciana Ferreira, bióloga especialista em conservação de aves.
Necessidade de modernização e melhorias
Diante das condições adversas, ativistas e especialistas em bem-estar animal têm pressionado as autoridades locais para que sejam feitas melhorias urgentes nos viveiros do Passeio Público. Entre as sugestões, está a construção de recintos mais amplos e arejados, com maior circulação de ar e áreas sombreadas que possam amenizar o impacto do calor.
"O Passeio Público é um lugar histórico, mas precisa se adaptar às novas realidades e às necessidades dos animais que abriga", diz Roberto Silva, membro de uma ONG de proteção animal de Curitiba. "É essencial que os viveiros sejam modernizados e que haja uma gestão mais cuidadosa do bem-estar das aves, especialmente em tempos de calor extremo como o que estamos vivendo."
O papel do Passeio Público e a responsabilidade com os animais
Embora o Passeio Público tenha uma longa tradição como espaço de lazer e preservação da fauna, o desafio agora é conciliar essa função com práticas modernas de cuidado e conservação animal. A prefeitura de Curitiba reconhece a importância do local e, segundo declarações, está em processo de avaliação para futuras reformas que melhorem as condições de vida dos animais.
Em nota, a administração do Passeio Público afirmou que já estão sendo tomadas medidas emergenciais para mitigar os efeitos do calor, como a colocação de mais pontos de água e a instalação de sistemas de nebulização nos viveiros. Além disso, há planos de reavaliar os recintos com base nas novas exigências de bem-estar animal.
Enfim...
A situação das aves do Passeio Público de Curitiba é um reflexo dos desafios enfrentados por muitos zoológicos e parques urbanos que lidam com animais em cativeiro. A combinação de calor intenso e falta de espaço adequado coloca em risco o bem-estar desses animais, exigindo ações urgentes para garantir que possam viver em condições mais dignas e saudáveis.
Com a mobilização de especialistas, ativistas e autoridades, há esperança de que melhorias sejam feitas para que as aves, símbolos da fauna brasileira, possam continuar encantando os visitantes do Passeio Público, mas em um ambiente que respeite suas necessidades básicas de conforto e saúde.
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