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Domingo, 12 de Outubro de 2025

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Bolsonaro reage a investigação e acusa PF de usar “Lawfare”

Eentenda o conceito e a disputa política. O termo Lawfare surgiu da fusão das palavras law (lei) e warfare (guerra), e descreve o uso abusivo e estratégico das leis e de instrumentos jurídicos como armas de guerra política.

Bolsonaro reage a investigação e acusa PF de usar “Lawfare”
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CSN - Central Sul de Notícias - ergaomnes.net.br - jornalista Douglas de Souza

Da Redação

A mais recente ofensiva da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro abriu um novo capítulo no embate entre o ex-presidente e o sistema de Justiça. A corporação apontou movimentações financeiras suspeitas que, somadas, ultrapassariam R$ 40 milhões em contas ligadas ao ex-chefe do Executivo ou a pessoas próximas.

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Bolsonaro reagiu de imediato: classificou a apuração como perseguição política e acusou a PF de praticar Lawfare, termo que se tornou central no debate político brasileiro nos últimos anos. A investigação da Polícia Federal sobre movimentações financeiras ligadas a Jair Bolsonaro, que somariam cerca de R$ 40 milhões, provocou forte reação do ex-presidente. Ele nega possuir tais valores e acusa a PF de praticar Lawfare, termo que ganhou destaque no debate político brasileiro.


O que é Lawfare?

O termo Lawfare surgiu da fusão das palavras law (lei) e warfare (guerra), e descreve o uso abusivo e estratégico das leis e de instrumentos jurídicos como armas de guerra política. Em vez de tanques ou soldados, usa-se investigações, processos, denúncias e decisões judiciais como forma de enfraquecer adversários, desgastando sua imagem pública e minando sua força eleitoral.

Especialistas em Direito e Ciência Política apontam que o Lawfare se manifesta por meio de:

  • processos seletivos ou sem provas robustas,

  • vazamentos estratégicos para a imprensa,

  • longos trâmites judiciais com grande exposição midiática,

  • investigações que ultrapassam o limite técnico e entram no campo político.

Na América Latina, a prática já foi apontada em episódios envolvendo Fernando Lugo, no Paraguai; Cristina Kirchner, na Argentina; e Lula, no Brasil. No caso brasileiro, o Supremo Tribunal Federal reconheceu abusos da Operação Lava Jato, incluindo a suspeição do ex-juiz Sergio Moro.


A acusação contra Bolsonaro

Segundo relatório da Polícia Federal, Bolsonaro teria movimentado valores incompatíveis com seus rendimentos oficiais, alcançando R$ 40 milhões em operações financeiras. O ex-presidente nega irregularidades e afirma que não possui tais quantias. Para ele, a investigação faz parte de uma tentativa de retirá-lo do jogo político de 2026.

Ao invocar o termo Lawfare, Bolsonaro busca enquadrar a apuração como parte de um projeto político de perseguição — transformando a acusação em uma disputa de narrativas.


Por que Bolsonaro fala em Lawfare?

Três elementos ajudam a explicar a estratégia:

  1. Narrativa de vítima – Ao se declarar perseguido, Bolsonaro reforça o discurso de que enfrenta um sistema hostil, mantendo coesa sua base de apoio.

  2. Descredibilizar a PF – Se a investigação é vista como política, a credibilidade das provas fica sob suspeita.

  3. Precedente do caso Lula – O ex-presidente petista, antes condenado e impedido de disputar eleições, foi reabilitado após reconhecimento de abusos jurídicos. Bolsonaro tenta se apoiar nesse histórico para legitimar sua própria defesa.


Disputa jurídica ou política?

Para juristas críticos à retórica bolsonarista, a acusação de Lawfare é apenas uma forma de desviar o foco da gravidade das investigações. Já para apoiadores, o episódio confirma que o sistema de Justiça brasileiro atua de forma parcial, repetindo o padrão visto em outros momentos da história recente.

O que está em jogo, portanto, vai além da legalidade das movimentações financeiras: trata-se de quem conseguirá impor sua versão dos fatos. De um lado, a Polícia Federal e instituições de controle; de outro, Bolsonaro e seu discurso de perseguição. O resultado desse embate pode ter efeitos diretos sobre a eleição de 2026

🎰 - Aplicação no Brasil

  • O conceito ganhou força no país especialmente após a Operação Lava Jato, quando parte da comunidade jurídica acusou procuradores e juízes de extrapolarem a função legal em nome de um projeto político.

  • 🚫O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu abusos, como no caso da suspeição do ex-juiz Sergio Moro em processos contra Lula.

  • Ou seja: a ideia de que órgãos do sistema de Justiça podem ser instrumentalizados para atacar inimigos políticos é um debate real e já validado em algumas decisões judiciais.


🙍‍♂️ Bolsonaro, a PF e os R$ 40 milhões

  • A Polícia Federal teria apontado movimentações suspeitas ligadas a Bolsonaro (ou a pessoas próximas) em contas que somariam cerca de R$ 40 milhões.

  • Bolsonaro reagiu dizendo que isso faz parte de uma campanha de perseguição política, alegando que está sendo alvo de Lawfare.

  • Ao acusar a PF, ele sugere que a investigação não seria apenas técnica, mas uma ação orquestrada pelo sistema de Justiça em sintonia com adversários políticos, visando fragilizar seu capital eleitoral para 2026.


➿ Por que ele usa o termo Lawfare?

  1. Narrativa de vítima – Apresenta-se como perseguido pelo Estado e pela Justiça, reforçando laços com sua base eleitoral.

  2. Descredibilizar provas – Se o público acredita que a PF age politicamente, as acusações de enriquecimento ilícito perdem legitimidade.

  3. Precedentes no Brasil – O caso de Lula fortalece a retórica, já que o ex-presidente foi libertado e retomou direitos políticos após reconhecimento de abusos jurídicos.


⚠️Em resumo: Bolsonaro acusa a PF de usar Lawfare porque tenta enquadrar a investigação de supostos R$ 40 milhões como perseguição jurídica e política, não como apuração legítima de possíveis crimes financeiros. Ele busca transformar a acusação em disputa de narrativas, deslocando o foco do conteúdo da investigação para a legitimidade de quem investiga.

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