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Da Redação
Em meio ao crescimento e modernização das cidades, alguns curitibanos continuam a cultivar uma paixão que resiste ao tempo: o colecionismo de objetos antigos. Seja por nostalgia, valor histórico ou pelo simples prazer de preservar relíquias, muitos moradores de Curitiba mantêm viva a tradição de adquirir peças de diferentes épocas, criando verdadeiros acervos pessoais com itens que remontam a outros tempos.
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O Fascínio pelos Objetos Antigos
Móveis de madeira maciça, câmeras fotográficas analógicas, relógios de bolso, moedas raras e até brinquedos antigos fazem parte desse universo que atrai os amantes do colecionismo. Para muitos curitibanos, esses objetos representam mais do que simples bens materiais: são testemunhas de épocas passadas, com histórias gravadas em suas formas e detalhes.
O colecionador Davi Nereu Lindoia, por exemplo, começou sua coleção há mais de 20 anos. Apaixonado por rádios antigos, ele conta que sua casa é quase um museu particular. “Cada peça que adquiro me conecta a um passado rico em cultura e história. Os rádios, por exemplo, são mais do que aparelhos, são pontes para as décadas de 1930 e 1940, quando as famílias se reuniam ao redor deles para ouvir notícias e programas”, explica Ferraz.
Esse sentimento de preservação do passado é o que move muitos colecionadores. Para eles, cada peça carrega uma memória, uma história que precisa ser preservada e passada adiante.
Feira do Largo da Ordem: O Paraíso dos Colecionadores
Em Curitiba, um dos principais pontos de encontro para colecionadores é a Feira do Largo da Ordem, realizada todos os domingos no centro histórico da cidade. A feira é famosa por sua vasta oferta de antiguidades, e colecionadores de todos os tipos se reúnem ali em busca de tesouros escondidos.
Pelas barracas do Largo, é possível encontrar desde moedas raras e selos, até móveis antigos, vitrolas, máquinas de escrever e quadros de época. Para muitos, é uma verdadeira viagem no tempo, com objetos que trazem de volta memórias da infância ou de gerações anteriores.
O comerciante Tomas de Oliveira, que participa da feira há mais de 15 anos, diz que muitos dos seus clientes são fiéis e têm um profundo conhecimento sobre os objetos que procuram. “Alguns colecionadores vêm toda semana atrás de algo específico. Eles sabem o que querem, conhecem a história por trás de cada peça e estão dispostos a pagar o preço justo por isso”, comenta Mendes.
Diversidade de Coleções
A diversidade de coleções também é algo que chama a atenção. Enquanto alguns colecionadores focam em objetos de uma época específica, outros têm acervos mais ecléticos, que abrangem itens de diferentes períodos e culturas. Um exemplo é a professora Sandra Lima, que coleciona itens decorativos da época colonial, mas também possui peças de cerâmica e arte africana.
“Para mim, o colecionismo é uma forma de mergulhar em diferentes contextos culturais. Cada objeto traz consigo a marca de um tempo, de uma sociedade. Adquirir essas peças é, de certa forma, uma maneira de preservar a história e a diversidade”, afirma Marília.
Valor Emocional e Cultural
Além do valor econômico que algumas peças antigas podem alcançar, o fator emocional é outro grande atrativo. Muitos curitibanos colecionam objetos que remetem à sua própria história familiar, como móveis herdados dos avós, utensílios de cozinha antigos ou documentos históricos.
“Tenho uma coleção de fotografias antigas da minha família que remonta ao início do século XX. Esses registros são parte da minha identidade, e preservá-los é uma forma de manter viva a memória dos meus antepassados”, relata Paulo Almeida, colecionador de fotografias e documentos antigos.
O valor cultural do colecionismo também é relevante. Muitas peças, ao serem preservadas, ajudam a contar a história de uma sociedade, de uma cidade ou até mesmo de um período histórico específico. Curitiba, com sua rica herança de imigrantes, é um exemplo de como o colecionismo pode refletir as múltiplas identidades que compõem a cidade.
O Desafio da Preservação
Manter uma coleção de peças antigas também exige cuidados especiais. A preservação de objetos, especialmente os mais delicados, como documentos, obras de arte e mobiliário, demanda conhecimento técnico e, muitas vezes, investimento. Muitos colecionadores buscam restauradores profissionais para garantir que suas relíquias permaneçam em boas condições, preservando seu valor histórico e estético.
“Eu cuido de cada peça da minha coleção como se fosse única”, diz o colecionador Geraldo Peçanha, que possui uma vasta coleção de máquinas fotográficas. “A restauração e a manutenção são fundamentais para que esses objetos possam ser apreciados por futuras gerações”.
Por isso...
O colecionismo de objetos antigos em Curitiba não é apenas um hobby, mas uma verdadeira paixão que conecta pessoas, histórias e culturas. Em um mundo cada vez mais digital e veloz, os curitibanos que mantêm essa tradição se destacam como guardiões da memória, preservando relíquias que contam a história de diferentes épocas e das gerações que vieram antes.
Assim, em meio à modernidade da capital paranaense, o colecionismo continua a desempenhar um papel importante, proporcionando uma ponte entre o passado e o presente, e assegurando que a história, nas suas mais diversas formas, não seja esquecida.
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