CSN - Central Sul de Notícias
Da Redação - jornalista Douglas de Souza
A notícia, seja ela confiável ou não, parece cada vez mais fazer parte de um único pacote: um combo midiático. A falta de comprometimento com a apuração dos fatos, que mais tarde se transformam em textos jornalísticos ou mensagens nas redes sociais, está comprometendo gravemente a credibilidade da informação. Atualmente, a estratégia adotada por grande parte dos produtores de conteúdo, incluindo jornalistas pagos para defender interesses políticos e comerciais de seus empregadores, está mergulhando o jornalismo em um lodaçal de desmoralização pública.
Por outro lado, há jornalistas que, atuando na linha de frente da notícia, sem interferências de segundas intenções, travam nos bastidores uma batalha pela credibilidade da informação. É uma luta pelo respeito ético a um público que, cada vez mais, anseia por fatos reais, livres de manipulações.
Contudo, esse não é um problema exclusivo do Brasil ou da América Latina. A desinformação é uma realidade presente em praticamente todas as sociedades, sejam elas de perfil capitalista ou socialista. Um exemplo claro disso pode ser observado nos relatos sobre o atual conflito entre Rússia e Ucrânia. Enquanto os noticiários ocidentais apresentam o presidente Vladimir Putin como um político criminoso – com um mandado de prisão expedido em 2023 pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), instituição sediada em Haia, na Holanda, e fortemente influenciada por governos dos EUA e de países europeus – a mídia do Leste europeu, predominantemente pró-Rússia, e a oriental, liderada pela China, descrevem o Ocidente (EUA e Europa) como os principais responsáveis pela crise diplomática que culminou no conflito. Nesse contexto, a possível entrada da Ucrânia na OTAN é apontada como um dos fatores desencadeantes, resultando em milhares de mortes, tanto civis quanto militares, e na destruição de inúmeras cidades ucranianas.
A pergunta que fica é: em quem acreditar? Nas reportagens da CNN (EUA) ou nas notícias publicadas pela Sputnik News (Rússia)? A busca dos governantes por legitimar suas ações – muitas vezes controversas ou mesmo criminosas – visando conquistar o voto e a atenção do público, frequentemente atropela conceitos éticos e molda uma narrativa conveniente para justificar formas de governar. Esse cenário está alterando a maneira como o cidadão comum percebe e processa os fatos que influenciam os rumos da humanidade. Ainda estamos longe de nos libertarmos das fronteiras ideológicas para nos tornarmos verdadeiros cidadãos do mundo.
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