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Da Redação
O fenômeno dos therians tem se tornado cada vez mais visível, especialmente entre os jovens, impulsionado por uma combinação de fatores sociais, psicológicos e digitais. A internet e as redes sociais desempenham um papel crucial na disseminação dessa identidade, permitindo que indivíduos que se identificam como animais encontrem comunidades que validam suas experiências. O TikTok, por exemplo, tem sido um dos principais espaços onde esses jovens compartilham vídeos mostrando comportamentos que imitam os de lobos, gatos e outros animais, reforçando a ideia de pertencimento e aceitação dentro desse grupo.
A busca por identidade e expressão pessoal é um dos principais motores desse comportamento. A adolescência e juventude são períodos de intensa exploração do "eu", e muitos jovens encontram nos therians uma forma de manifestar sentimentos internos e se conectar com algo que consideram significativo. Para alguns, essa identificação vai além da simples admiração por um animal; trata-se de uma sensação profunda de pertencimento, como se sua essência estivesse mais alinhada com a de um lobo, um felino ou qualquer outro ser do reino animal.
A influência da cultura pop e da fantasia também contribui para a popularização dos therians. O aumento do interesse por universos fictícios, mitologia e personagens antropomórficos pode inspirar essa identificação. Séries, filmes e jogos que exploram a relação entre humanos e animais ajudam a normalizar a ideia de que alguém pode se sentir mais conectado a um animal do que à própria humanidade. Esse tipo de narrativa pode ser especialmente atraente para aqueles que sentem que não se encaixam nos padrões sociais convencionais.
Do ponto de vista psicológico, alguns especialistas sugerem que a identificação com animais pode estar ligada a uma forma de lidar com emoções, traumas ou até mesmo encontrar conforto em uma identidade alternativa. Para alguns jovens, agir como um animal pode ser uma maneira de expressar sentimentos que não conseguem verbalizar. A sensação de pertencimento a um grupo que compartilha dessa mesma visão pode ser reconfortante, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades emocionais ou sociais.
Embora algumas pessoas vejam os therians como uma tendência passageira, há quem defenda que essa identidade tem raízes profundas e representa uma forma legítima de autoexpressão. O debate sobre o impacto psicológico e social desse comportamento continua em aberto, e especialistas analisam se essa prática pode ser benéfica ou se, em alguns casos, pode indicar a necessidade de apoio psicológico. O mais importante é compreender que, para muitos jovens, essa identidade não é apenas uma brincadeira, mas sim uma maneira de se conectar consigo mesmos e com o mundo ao seu redor.
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