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Colunista Douglas de Souza - jornalista
A teoria da conspiração propagada pela extrema direita bolsonarista e rejeitada pela esquerda lulista continua a gerar manchetes no cenário político nacional. A invasão das sedes dos três poderes em Brasília, em 08 de janeiro de 2023, por militantes e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), evidencia que o discurso de polarização ainda está longe de cessar.
Os atos de vandalismo e depredação do patrimônio público devem ser tratados conforme o Código Penal. Criminosos devem responder por seus atos. No entanto, o episódio vai além da esfera policial e assume um tom político, configurando-se como um elemento dentro da disputa eleitoral para 2026.
Atualmente, no Partido dos Trabalhadores (PT), prevalece a estratégia do "quanto pior, melhor". O entendimento nos bastidores é de que Bolsonaro, ao se tornar o centro das investigações e punições, manterá acesa a chama da polarização, favorecendo a narrativa petista. Lula, por sua vez, busca um equilíbrio discursivo, ao mesmo tempo em que se dirige aos eleitores bolsonaristas com falas conciliadoras, como ao afirmar que a maioria deles é composta por cidadãos de bem.
O objetivo dos estrategistas e marqueteiros do presidente é neutralizar qualquer possibilidade de Bolsonaro retornar ao Palácio do Planalto. O ex-presidente, mesmo com todas as suas polêmicas e controvérsias, representa uma ameaça concreta ao PT. Com um capital político robusto, expresso nos 49 milhões de votos recebidos na última eleição, Bolsonaro segue como uma pedra no sapato do governo petista.
O PT, como maior partido de esquerda da América Latina, entende que não pode falhar neste ciclo governamental. Qualquer deslize será explorado pela oposição e pela opinião pública. Lula e seus aliados estão sob os holofotes, e suas ações serão minuciosamente avaliadas nos próximos anos.
Por outro lado, a ala bolsonarista não se mostra disposta a recuar. Para muitos de seus apoiadores, a eleição de Lula é ilegítima, e o ex-presidente deveria estar preso pelos escândalos de corrupção que marcaram os governos petistas entre 2002 e 2016. Para os eleitores de Lula, Bolsonaro deve ser responsabilizado por diversas ações, incluindo sua gestão durante a pandemia da Covid-19.
faO Brasil, hoje, está imerso em um cenário político marcado pelo revanchismo e pela radicalização das opiniões. O importante é que os cidadãos compreendam como essas disputas afetam suas vidas e que não se deixem ser usados como meros instrumentos de manobra política. A narrativa midiática, frequentemente enviesada, não reflete necessariamente os bastidores do poder. Nem Lula nem Bolsonaro são vítimas ou inocentes nesse jogo de interesses. Para ambos, o eleitor é apenas mais uma peça no tabuleiro político.
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