CSN - Central Sul de Notícias - por Rachel Mestre Mesquita -RTP - France Press
Da Redação
A agência France Presse (AFP) afirma que os seus jornalistas correm o risco iminente de morrer à fome na Faixa de Gaza por culpa de Israel. Uma situação inédita desde que a agência de notícias foi fundada. Nunca nenhum dos seus repórteres morreu à fome. A França exigiu esta terça-feira o acesso da imprensa a Gaza "para mostrar o que se passa".
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Num comunicado publicado na segunda-feira, a Sociedade dos Jornalistas (SDJ) da AFP explica que dez profissionais colaboram com a agência France Presse a partir da Faixa de Gaza, na cobertura do conflito entre Israel e o Hamas. Mas alerta que "sem intervenção imediata, os últimos repórteres em Gaza vão morrer" de fome, sede e exaustão após 21 meses de conflito.
"Desde que a AFP foi fundada, em agosto de 1944, perdemos jornalistas em conflitos, tivemos feridos e prisioneiros entre as nossas fileiras, mas nenhum de nós se lembra de ter visto um colaborador morrer de fome", pode ler-se no comunicado. "Recusamo-nos a vê-los morrer", afirmam.
Uma situação sem memória
Nas redes sociais, a Direção da Agência France também partilhou a "angústia expressa pela SDJ quanto à situação terrível dos seus colaboradores na Faixa de Gaza".
Segundo a direção, a AFP esforça-se para conseguir evacuar os seus colaboradores freelancers "apesar da extrema dificuldade de sair de um território sujeito a um bloqueio rigoroso". Oito funcionários da AFP, assim como as suas familias, foram evacuados de Gaza entre janeiro e abril de 2024.
Segundo a direção, a AFP esforça-se para conseguir evacuar os seus colaboradores freelancers "apesar da extrema dificuldade de sair de um território sujeito a um bloqueio rigoroso". Oito funcionários da AFP, assim como as suas familias, foram evacuados de Gaza entre janeiro e abril de 2024.
Desde o início do conflito entre o movimento islamita palestiniano Hamas e Israel, a 7 de outubro, que Telavive proíbe o acesso de todos os jornalistas internacionais à Faixa de Gaza. "Neste contexto, o trabalho dos nossos freelancers palestinianos é fundamental para informar o mundo", declara a AFP.
"Há meses que assistimos, impotentes, à deterioração dramática das suas condições de vida. A sua situação é hoje insustentável", afirmou a AFP, alertando para o perigo de vida dos seus colaboradores e exortando as autoridades israelitas a autorizar a sua evacuação imediata.
França exige acesso da imprensa "para mostrar o que se passa"
França exige que a "imprensa livre e independente possa aceder a Gaza para mostrar o que está acontecer" no enclave palestiniano em risco de fome, segundo a ONU, disse o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, esta terça-feira.
Segundo o chefe da diplomacia francesa, a França está "a dedicar muitos esforços e muita energia" para evacuar os colaboradores da AFP do território palestiniano. "Temos esperança de poder retirar alguns jornalistas nas próximas semanas", adiantou.
"Propaganda do Hamas contra Israel"
Por sua vez, Israel acusa o Hamas de prolongar o conflito e instrumentalizar o sofrimento da população em Gaza: "O Hamas é o único responsável pela continuação da guerra e pelo sofrimento de ambos os lados", escreveu o Ministério israelita dos Negócios Estrangeiros no X.
"Em vez de aceitar um cessar-fogo, o Hamas está a conduzir uma campanha de propaganda mentirosa contra Israel. Ao mesmo tempo, age deliberadamente para aumentar as tensões e prejudicar os civis que vêm receber ajuda humanitária", denuncia.
com agências
FONTE/CRÉDITOS: CSN - Central Sul de Notícias - RTP - France Press
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