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Da Redação
Curitiba, capital paranaense, muitas vezes retratada como uma cidade referência em planejamento urbano, inovação e qualidade de vida, também abriga uma realidade silenciosa e invisível: a de milhares de pessoas que vivem à margem da sociedade, longe dos olhares atentos dos que circulam pelas suas ruas bem cuidadas e parques arborizados. Essas são as pessoas em situação de vulnerabilidade, que enfrentam diariamente os desafios da pobreza, falta de moradia e, acima de tudo, a indiferença social.
A Curitiba Invisível: Quem São os Esquecidos da Cidade
Debaixo das pontes, em viadutos e praças centrais, convivem aqueles que passam despercebidos pelo dia a dia corrido dos cidadãos. Os moradores de rua de Curitiba são parte de uma população que, para muitos, se tornou invisível, como se não fizessem parte da rotina urbana. Apesar de dados oficiais apontarem para a crescente preocupação das autoridades em oferecer abrigo e suporte a essas pessoas, a realidade é muito mais complexa.
Em uma cidade que é considerada modelo de urbanismo e inovação, é difícil imaginar que existam milhares de indivíduos que dormem ao relento ou em abrigos superlotados. Segundo dados de organizações sociais e da Prefeitura de Curitiba, o número de pessoas em situação de rua aumentou nos últimos anos, especialmente com o impacto da pandemia de COVID-19 e o aumento da desigualdade social.
A Dura Realidade das Pessoas em Situação de Rua
Essas pessoas, muitas vezes ignoradas, vivem em condições precárias, sem acesso adequado a serviços de saúde, alimentação ou mesmo moradia digna. A fome, o frio e a falta de oportunidades formam uma barreira que parece intransponível para muitos. Curitiba, uma cidade conhecida por seu clima rigoroso no inverno, é especialmente cruel para aqueles que não têm um teto sobre suas cabeças.
A invisibilidade dessas pessoas vai além das estatísticas. Para muitos moradores de rua, a luta diária é por dignidade. "A gente fica aqui, mas ninguém olha para a gente. É como se a gente não existisse", conta João (nome fictício), que há três anos mora nas ruas do centro de Curitiba. Sem acesso a empregos formais e com uma sociedade que frequentemente os criminaliza, essas pessoas acabam presas em um ciclo de exclusão social que é difícil de quebrar.
O Papel da Sociedade e do Poder Público
A Prefeitura de Curitiba tem implementado algumas iniciativas para tentar reduzir a vulnerabilidade dessa população, como abrigos temporários, distribuição de alimentos e programas de reintegração ao mercado de trabalho. Entretanto, esses esforços ainda são insuficientes diante da crescente demanda. “Existem serviços, mas muitos ainda têm medo ou vergonha de buscar ajuda. Além disso, o preconceito é grande, tanto dentro da sociedade quanto no acesso a essas políticas”, explica a assistente social Renata Lopes, que trabalha em um centro de acolhimento.
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