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Da Redação
Médicos, psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, estão alarmados com o número de suicídios registrados, todos os anos, no Brasil e no mundo. (Veja os números no fim da matéria). Uma situação traumática e que hoje é tratada como uma prioridade social de Saúde Pública.
Os especialistas, visando ajudar as possíveis vítimas do suicídio, estudam às causas desta tragédia que afeta a família e a sociedade como um todo. Adultos, jovens e até mesmo crianças, põe fim as suas vidas, muitas vezes sem um motivo aparente, e que não é detectado pelos familiares e amigos.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontaram que, em 2023, a princpal causa de morte nomundo foi o suicídio, representando uma a cada 100 mortes. É um dado preocupante, pois são números que superam a morte por homicídios ou por doenças, como o câncer de mama.
De acordo com a psicóloga, Fernanda Sampaio, algumas pessoas que apresentam fragilidade de ordem emocional ou que vivenciam experiências traumáticas, como a perda de um ente querido, apresentam um comportamento discreto e de exclusão social. “O isolamento e o silêncio são os primeiros sintomas das vítimas do suicídio. Elas tentam não demonstrar o que estão sentido e buscam uma fuga às suas perdas e frustações de ordem emocional. Muitas vezes, para a maioria delas, o suicídio é a única solução para os seus problemas” afirma.
A psicóloga destaca ainda que entre as crianças e adolescentes, os pais precisam ficar atentos aos seguintes sinais:
- Mudanças na rotina do sono (insônia ou alteração de horários para dormir e acordar);
- Isolamento da família e do contato social de forma repentina;
- Comentários como “eu prefiro morrer do que passar por isso”;
- Uso de roupas de mangas longas, mesmo quando está calor, comportamento que pode indicar marcas de automutilação nos braços ou antebraços;
- Diminuição do rendimento escolar.
Buscando ajuda..
A psicóloga afirma ainda, que a partir do momento em que é observada a mudança de comportamento de uma pessoa, é preciso ficar atento. “O diálogo fraterno é o primeiro passo para entender o que a - possível vítima do suicídio - está vivenciando. Também é preciso buscar ajuda médica. Um psiquiatra, um psicólogo, especialistas nesta área, vão ajudar o paciente superar essa fase delicada da vida dele,” conclui.
Vale a pena viver...
A religião é um outro caminho que também pode ser explorado pela família para ajudar essas pessoas. O atendimento fraterno tendo como foco a fé no futuro e a importância da valorização da vida, desperta o sentimento de que os problemas são passageiros e de que vale a pena viver.
De acordo com o voluntário espírita José Mourinho, quando as pessoas procuram ajuda espiritual é preciso ouvi-las com respeito, paciência e amor. “O atendimento fraterno, realizado no Centro Espírita Abib Isfer de Curitiba, é uma porta aberta para ouvir essas pessoas. Sentir o que elas estão vivenciando. A palavra cristã é terapêutica e tem o poder de libertar as pessoas de seus sofrimentos mais íntimos. Mostramos que vale a pena viver e de acreditar no futuro. Tudo passa. Também ensinamos que somente Deus tem o poder de tirar a nossa vida. Afinal, eles nos criou,” enfatiza.
Dados sobre o suicídio no Brasil e no mundo.
- Cerca de 16 milhões de tentativas por ano no mundo.
- No Brasil, acontece uma morte por suicídio a cada 45 minutos, mas para cada morte temos outras 20 tentativas. - A taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% ao ano no Brasil entre os anos de 2011 e 2022. Já as taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 aumentaram 29% a cada ano nesse mesmo período. O número foi maior que na população em geral, cuja taxa de suicídio teve crescimento médio de 3,7% ao ano e a de autolesão 21% ao ano, neste mesmo período. Esses resultados foram encontrados na análise de um conjunto de quase 1 milhão de dados, divulgados em um estudo recém-publicado na The Lancet Regional Health – Americas, desenvolvido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores de Harvard.
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