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Da Redação
Neste domingo, o feriado de 7 de Setembro, tradicionalmente associado às celebrações da Independência do Brasil, ganhou contornos políticos com a presença maciça de grupos alinhados à direita em diversas cidades do país. Sob o lema “Reaja Brasil: o medo acabou”, milhares de manifestantes tomaram ruas e avenidas vestindo verde e amarelo, empunhando bandeiras nacionais e defendendo anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os principais alvos dos protestos estiveram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, alvo de críticas e pedidos de prisão.
Símbolos e discursos
Os atos chamaram atenção não apenas pelo número de participantes, mas também pelo uso de símbolos internacionais. Bandeiras dos Estados Unidos e faixas em apoio ao governo de Donald Trump dividiram espaço com cartazes de apoio a Israel. Em alguns pontos, bandeirões norte-americanos foram estendidos, em um gesto que buscava reforçar alianças ideológicas.
Discursos inflamados pediram a revisão das condenações relacionadas aos episódios de 8 de janeiro e defenderam a volta de Bolsonaro ao cenário eleitoral. Organizadores destacaram que “o medo acabou” e convocaram os presentes a “reagir em defesa da liberdade”, enquanto manifestações de fé e orações públicas ocorreram em paralelo aos atos políticos.
Mobilização em várias capitais
Em São Paulo, a Avenida Paulista foi tomada por uma multidão. Carros de som e trios-elétricos transmitiram mensagens de apoio a Bolsonaro, críticas ao governo federal e ao Supremo Tribunal Federal. O ato teve momentos de silêncio seguidos de gritos de “Reaja Brasil”, em uma simbologia de resistência.
Na capital federal, os apoiadores se concentraram em frente a prédios públicos, com cartazes exigindo mudanças no Judiciário e pedindo a renúncia de ministros do STF. Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e outras cidades também registraram concentrações significativas, todas unificadas pelo mesmo lema e por bandeiras verde e amarelas que dominaram os cenários.
Polarização e clima político
Os protestos reforçam o clima de polarização que marca o cenário político brasileiro. Enquanto apoiadores de Bolsonaro defendem sua absolvição e acusam o STF de perseguição política, setores governistas criticam os atos, associando-os a tentativas de enfraquecer as instituições democráticas.
O 7 de Setembro, que em anos anteriores já havia se tornado palco de demonstrações políticas, neste ano se consolidou como um termômetro da disputa eleitoral que se aproxima e da tensão entre os Poderes da República. A força das manifestações demonstrou que, apesar dos processos judiciais enfrentados pelo ex-presidente, sua base de apoio continua mobilizada e disposta a ocupar as ruas em sua defesa.
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